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Um olhar para dentro da alma, filme com Emma Thompson é tesouro inestimável na Netflix Divulgação / Hulu

Um olhar para dentro da alma, filme com Emma Thompson é tesouro inestimável na Netflix

Não é o sexo, nem o quarto de hotel, tampouco o suposto escândalo de uma mulher madura contratando um acompanhante que sustenta a força de “Boa Sorte, Leo Grande”. O que impulsiona o filme, na verdade, é a coragem de lidar com um tipo de intimidade que raramente encontra espaço nas narrativas contemporâneas: aquela que exige o desmonte de décadas de silêncio interior. Sob a direção sensível e precisa de Sophie Hyde, o longa não apenas desafia as fórmulas desgastadas da comédia romântica, como também propõe um exercício de escuta — íntima, paciente, e quase sempre desconfortável. 

Para quem ama Bridgerton: nova série com diálogos afiados e roteiro sagaz é a queridinha do momento, na Netflix Divulgação / Netflix

Para quem ama Bridgerton: nova série com diálogos afiados e roteiro sagaz é a queridinha do momento, na Netflix

Num rincão exuberante da Madrid do fim do século 19, onde os salões ecoam passos coreografados e as janelas abertas revelam jardins tão vívidos quanto quadros impressionistas, uma série espanhola ousa reinventar o romance histórico com um gesto desafiador: o riso. Longe de se submeter às convenções rígidas que definem o gênero, “A Dama de Companhia” opta por uma rota mais instigante — a da sátira afiada, embebida em autoconfiança e liberdade criativa.

Suspense francês com uma das reviravoltas mais inacreditáveis do cinema, na Netflix Divulgação / Netflix

Suspense francês com uma das reviravoltas mais inacreditáveis do cinema, na Netflix

A primeira imagem de “O Paciente Perdido” não pede licença: uma casa, um massacre, o silêncio que grita. É com essa violência seca — sem preâmbulo, sem aviso — que o filme francês nos arremessa em um abismo que não é apenas narrativo, mas existencial. A tragédia familiar que se anuncia nos primeiros minutos não serve como gancho sensacionalista, mas como um rompimento absoluto: a partir dali, o tempo se torna suspenso, a memória falha e a realidade começa a se esfacelar.

Com apenas cinco minutos de tela, atuação de Benicio del Toro, digna de Oscar, no filme de Sean Penn, está disponível na Netflix Divulgação / Warner Bros.

Com apenas cinco minutos de tela, atuação de Benicio del Toro, digna de Oscar, no filme de Sean Penn, está disponível na Netflix

Há filmes que entretêm, outros que confortam. “A Promessa” — dirigido com rigor existencial por Sean Penn e inspirado no romance perturbador de Friedrich Dürrenmatt — escolhe um caminho mais tortuoso: ele confronta. Ao invés de seguir o fluxo reconfortante dos thrillers tradicionais, o filme cava fundo na fissura entre a lógica e o caos, revelando não uma história de justiça, mas uma dolorosa elegia à ilusão do controle. Ele não se propõe a elucidar um mistério; prefere escancarar o abismo que se abre quando todas as certezas se desfazem.

O filme que Jessica Lange se arrepende de ter feito, na Netflix Divulgação / Columbia TriStar

O filme que Jessica Lange se arrepende de ter feito, na Netflix

A espinha dorsal da narrativa é o vínculo doentio entre Martha, uma viúva que camufla seus delírios sob véus de religiosidade e moralidade sulista, e seu filho Jackson, um homem cuja passividade revela não maturidade, mas paralisia emocional. A presença de Helen — jovem órfã e sedenta por pertencimento — desestabiliza esse ecossistema incestuoso não apenas por ser uma intrusa, mas por ameaçar romper com o pacto silencioso que mantém essa estrutura disfuncional em funcionamento.