Em meio à vastidão de produções disponíveis no catálogo da Netflix, existem os tesouros, obras esculpidas pelas mãos de grandes cineastas com ajuda de atores e atrizes de peso, equipes veteranas e visionárias, capazes de revolucionar o cinema e criar adjetivos para esta arte de enorme alcance. São produções aclamadas e premiadas que dão gosto de ver, edificam a mente e preenchem nosso espírito com arte.
Cada vez mais necessário a fim de que tenhamos mais chance de encontrar nosso lugar num mundo que se torna ainda mais caótico à medida que os anos passam, o pensamento filosófico reúne num só todo o amor, a sabedoria, o amor à sabedoria, e, não sendo o bastante, nos fornece pistas de como empregá-los nos casos mais inusitados de nossas vidas improváveis — o que termina por despertar o interesse de públicos os mais variados, conheçam-no ou não.
Ao narrar a história de Léon, assassino profissional que se torna o único esteio para Mathilda, filha de traficantes executados pela polícia, “O Profissional”, do diretor francês Luc Besson, acessara um terreno em que talvez jamais imaginasse entrar, mas escapa com vida do paredão do politicamente correto e ainda assombra os falsos puritanos 27 anos depois.
Cada vez mais apartado da ideia de comunidade — de indivíduos com objetivos em comum, dividindo o mesmo espaço —, o homem do século 21 não se peja de fazer parte de um mundinho cada vez mais só dele e dele mesmo, que não comporta ninguém que destoe do padrão. Essa é uma das concepções defendidas pelo pensamento de Zygmunt Bauman (1925-2017), filósofo polonês tornado mais conhecido já no fim do século 20 — e no desfecho de sua longa vida.
Durante um bom tempo da pandemia, as produções cinematográficas de várias partes do mundo tiveram suas gravações paralisadas. Com o fechamento dos cinemas, os prejuízos também foram inestimáveis. Pode-se dizer que o terror pairou sobre essa indústria, que não tinha a menor ideia de como se recuperaria deste grande baque. Agora, um ano e meio depois, podemos contemplar um cenário cheio de esperança, já que mesmo em meio a tudo isso, pudemos receber filmes excepcionais concebidos no caos.
