Livros

Os 7 livros que todas as pessoas deveriam ler ao menos uma vez na vida

Os 7 livros que todas as pessoas deveriam ler ao menos uma vez na vida

A lista que se segue não busca o consenso nem a obviedade. São sete títulos escolhidos por sua potência de abalar certezas, pela sofisticação de suas estruturas narrativas e pela complexidade ética, política ou existencial que mobilizam. São livros que lidam com o tempo, a memória, o poder, o delírio, o absurdo, o desejo, a morte e a linguagem — não como temas, mas como abismos. Nenhum deles entrega conforto. Mas todos oferecem um tipo de lucidez que, uma vez alcançada, já não se desfaz.

Vargas Llosa está morto: e a infantilidade da intelectualidade brasileira quer enterrá-lo

Vargas Llosa está morto: e a infantilidade da intelectualidade brasileira quer enterrá-lo

Morreu o escritor. Mas, no Brasil, parte da reação não foi luto nem leitura — foi histeria. Em vez de refletir sobre a obra, muitos correram a julgar o homem, como se a literatura de um Nobel pudesse ser reduzida a manchetes de rede social. Vargas Llosa incomoda. Não só pelo que escreveu, mas pelo que ousou pensar. E a incapacidade de lidar com essa complexidade revela mais sobre nós do que sobre ele. Este texto é uma defesa da literatura como campo de liberdade — e uma crítica à infantilização do debate cultural.

Juventude sem Deus, de Ödön von Horváth

Juventude sem Deus, de Ödön von Horváth

A força de uma ideia pode mover civilizações — ou destruí-las por dentro. Quando um sistema molda a mente de jovens para acreditar que alguns valem mais que outros, o pensamento vira arma, e a educação vira campo de adestramento. Neste romance brutal e engenhoso, acompanhamos um professor diante de uma juventude formatada pela obediência, pela arrogância e pelo medo. Um crime acontece. Mas a origem está muito antes do ato: está no silêncio, no abandono moral, na normalização da violência como reflexo de uma doutrina.

Mulheres do fim do mundo

Mulheres do fim do mundo

Com linguagem afiada e imagética, a autora constrói uma narrativa que pulsa entre o real e o delírio, convocando o leitor a atravessar dores femininas muitas vezes silenciadas. As personagens caminham por territórios de opressão, mas também de resistência, numa escrita que não pede licença para existir. Há brutalidade, beleza e denúncia no mesmo parágrafo. Cada página é um passo em direção ao abismo — e também à liberdade. O corpo, aqui, é campo de batalha e possibilidade de reinvenção.

Os limites da memória

Os limites da memória

Doze contos breves que gritam no silêncio, em que o não dito fere mais do que o berro. Entre pamonhas, Portinari e paternidades partidas, o cotidiano se revela com ternura áspera e uma violência contida. São histórias em que os gestos não feitos, as palavras caladas e os vazios densos dizem mais do que qualquer diálogo. Cada frase guarda um ruído subterrâneo, como se o silêncio fosse apenas a superfície de algo prestes a explodir. Um livro que ecoa quando tudo parece quieto demais — e é justamente aí que ele nos desarma.