Livros

Uma dúzia de livros que ninguém leu, mas mente que sim

Uma dúzia de livros que ninguém leu, mas mente que sim

Faz parte das regras de etiqueta da alta sociedade PIMBA (Pseudo-intelectuais metidos a besta) exaltar efusivamente ou criticar severamente livros que não leu, que leu apenas a orelha, leu trechos ou breves comentários na internet. O importante é posar de especialista, seja para elogiar ou criticar. Na condição de Mister M da comunidade PIMBA, revelo aqui uma dúzia de livros que, considerando a margem de erro, provavelmente aquele seu amigo descolado, reluzente em sua fina camada de verniz cultural, não leu, mas diz com todas as letras (menos as letras do livro) que sim.

A obra-prima de Tomasi di Lampedusa

A obra-prima de Tomasi di Lampedusa

Tomasi di Lampedusa pertenceu à nobreza italiana. Duque de Parma, príncipe de Lampedusa, lutou na Primeira Guerra Mundial. Viveu a maior parte de sua vida entre Roma e Palermo. Homem de grande cultura, tinha em mente escrever um romance sobre a decadência da nobreza da Sicília, desde os anos 1930, coisa que veio a concretizar-se somente 25 anos depois.

O Retrato de Dorian Gray, da ficção ao tribunal

O Retrato de Dorian Gray, da ficção ao tribunal

É um movimento quase orgânico. Quando ficções literárias se popularizam, ultrapassam as fronteiras de lombadas e bibliotecas. Espraiam-se por telas de televisão e cinema, palcos de teatros e cultura pop. Somente na literatura clássica gótica, posso citar “Drácula”, “Frankenstein” e “O Médico e o Monstro”.

Kamikaze, quando a lenda é maior que a história 

Kamikaze, quando a lenda é maior que a história 

Biografias fazem parte de um gênero bem específico que busca contar a vida de uma pessoa e quanto mais importante ou mais extraordinária tenha sido a existência do biografado, melhor o livro tende a ser. E como poderia deixar de ser interessante a vida de um piloto kamikaze? Sim, aqueles samurais modernos, que deliberadamente jogavam seus aviões sobre os navios aliados ao final da Segunda Guerra.

Thomas Bernhard mostra como sentir vergonha do próprio país

Thomas Bernhard mostra como sentir vergonha do próprio país

A obra de Bernhard é um acerto de contas com o seu país que teve a mancha histórica de ser anexado pela Alemanha nazista. Seu último romance (“Extinção”) e a peça teatral “Praça de Heróis”, por exemplo, fazem questão de brigar com o esquecimento que a Áustria tenta impor a respeito daquele período, digamos, vergonhoso de sua História.