Livros

Bula de Livro: Asco, de Horacio Castellanos Moya

Bula de Livro: Asco, de Horacio Castellanos Moya

De volta a El Salvador, para o enterro da mãe, depois de 18 anos exilado no Canadá, um professor de artes faz um relato visceral — em forma de monólogo —, a seu único amigo: um escritor que mora no país. Ao som de Tchaikovski e duas doses de uísque, no único bar que julga decente na cidade, Edgardo Vega destila comentários, no varejo e no atacado: da alienação da classe média à hipocrisia do sentimento pátrio, da gratuidade dos crimes dos países subdesenvolvidos à corrupção generalizada na política: “Os políticos fedem em todos os lugares, mas aqui, neste país, os políticos são especialmente fedorentos. Nunca vi políticos tão ignorantes, tão selvagemente ignorantes, tão evidentemente analfabetos como os desse país”.

Carolina Maria de Jesus, intérprete do Brasil

Carolina Maria de Jesus, intérprete do Brasil

Em 1960, surgiu uma escritora inesperada na literatura brasileira, por conta de sua origem social. Ninguém imaginava a existência de uma autora moradora da favela do Canindé, na cidade de São Paulo. Do meio do nada, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) entrou para o meio literário e trouxe um olhar inédito sobre as coisas do país que, na época, vivia os anos dourados da bossa nova, da inauguração de Brasília e do slogan dos cinquenta anos em cinco de Juscelino Kubitschek.

A oficina literária de Liev Tolstói

A oficina literária de Liev Tolstói

“Anna Kariênina”, de Liev Tolstói, foge a uma conhecida convenção do romance — ou, por outra, a maioria dos romances fogem ao padrão antessala de “Anna Kariênina”. Pelo menos, segundo alguns entendidos, nas duas ou três primeiras páginas de um romance “é” necessário apresentar a trama e esboçar os personagens principais. Caso contrário o leitor “perde” o interesse e o romance “naufraga” por falta de interesse, e isto é categórico. Oficinas literárias são cheias dessas dicas, feitas por autoridades no assunto: os ficcionistas atuais.

Bula de Livro: O Passageiro, de Cormac McCarthy

Bula de Livro: O Passageiro, de Cormac McCarthy

Cormac, um gênio lúcido de 89 anos, distribui, com personalidade e propriedade, informações sobre amplos temas, inclusive, física quântica. E mais, sem cometer erros. É, naturalmente, mais seguro quando fala de história, mas como provou em “Meridiano de Sangue”, McCarthy fala de coisas complexas com maestria e sabe enredar o leitor em seu universo mostrando que toda informação que explora é útil e faz sentido.

Dicas de leitura

Dicas de leitura

Você deve ler no quarto aqueles livros que você não pode ler na sala, na frente de qualquer pessoa. Por exemplo: Tem certos livros que é melhor ler afastado das crianças com suas perguntas constrangedoras. Outros que é melhor ler longe do cunhado bolsonarista, que vai te perguntar que livro comunista é esse que você está lendo e vai arranjar algum argumento para começar uma discussão interminável sobre globolixo ou urnas fraudadas.