Livros

Alba de Céspedes, a precursora de Elena Ferrante

Alba de Céspedes, a precursora de Elena Ferrante

Basta um relance na contracapa para fisgar leitores do pseudônimo mais badalado da atualidade: “De uma das grandes romancistas do século 20, que influenciou autoras como Elena Ferrante, ‘Caderno Proibido’ é um clássico moderno incontornável da literatura italiana”. De fato, Alba de Céspedes ecoa, em muitos aspectos, na escrita de Ferrante. Desde a prosa que te captura, embaraçosamente sincera e inquietante; até a narrativa que privilegia o mergulho na alma feminina e suas ambiguidades, luzes e sombras. É quase como se suas protagonistas fossem Valerias Cossatis da contemporaneidade.

Bula de Livro: O Pato, a Morte e a Tulipa, de Wolf Erlbruch

Bula de Livro: O Pato, a Morte e a Tulipa, de Wolf Erlbruch

Escrito e desenhado, aparentemente, para leitores de todas as idades, “O Pato, a Morte e a Tulipa” não é um livro para crianças, no sentido convencional. Nele está colocado o resumo da existência, no sentido existencialista, a pena de morte contratada no nascimento, a parceria ser-vida e sua principal inimiga: a morte. A leveza e a simplicidade de Erlbruch é que torna o livro um clássico de nascença e uma leitura de formação, de visão e de adaptação. A compreensão dos elementos fundamentais da manifestação humana são o interesse do autor.

“Os Substitutos”, de Bernardo Carvalho, expõe o fim do mundo Divulgação / Pablo Saborido

“Os Substitutos”, de Bernardo Carvalho, expõe o fim do mundo

A boa ficção se preocupa em apenas expor situações e personagens, sem a necessidade de apresentar provas. Quem documenta e busca comprovações são os cientistas e os jornalistas. Ao fazer a exposição da realidade, o artista chega antes dos outros (a ciência, sobretudo) a uma verdade. No Brasil, o escritor Bernardo Carvalho é um dos mestres do jogo ficcional que se aproxima e se afasta do “real”. Ele desconfia do chamado realismo e luta contra a ideia de escrita como registro. “A verdade está perdida entre todas as contradições e os disparates”, escreveu ele no romance “Nove Noites” (2002).

Com ‘Pixel’, escritora húngara Krisztina Tóth estreia no Brasil Divulgação / Falus Kriszta

Com ‘Pixel’, escritora húngara Krisztina Tóth estreia no Brasil

Krisztina Tóth é uma autora conhecida por descrever contradições e trazer à tona incômodos em uma sociedade multicultural e miscigenada que compõe o Leste Europeu. Em “Pixel”, primeiro livro da autora publicado no Brasil e editado pela DBA (171 páginas), a escritora húngara toca nesses temas em 30 textos que correspondem a diferentes partes do corpo — despedaçado, mas ainda assim um corpo. O título revela uma das características principais da obra: cada capítulo é uma peça de um quebra-cabeça que integra a trajetória de diferentes personagens.

A vida de Buda, segundo Jack Kerouac

A vida de Buda, segundo Jack Kerouac

Jack Kerouac é aquele escritor americano de ascendência franco-canadense que compõe a santíssima trindade da “Geração Beat”, ao lado de Allen Ginsberg e Willian Burroughs. As pessoas costumam conhecê-lo por “On the Road”, o calhamaço — percursor da contracultura — em que relata suas aventuras pelos Estados Unidos e pelo México, regadas a jazz, poesia e benzedrina. Confesso que, num primeiro contato com o seu “magnum opus”, fiquei desnorteado. Kerouac descreve a noite nova-iorquina, os concertos de jazz e as figuras humanas interessantes que conheceu pela estrada em períodos muito longos, num estilo que ele chamou de “prosa espontânea”.