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Diane Keaton, Rachel McAdams e Sarah Jessica Parker estrelam comédia que disseca desconfortos familiares na Netflix Divulgação / Major Studio Partners

Diane Keaton, Rachel McAdams e Sarah Jessica Parker estrelam comédia que disseca desconfortos familiares na Netflix

Poucas tramas partem de premissas tão simples quanto a de “Tudo em Família”, e justamente por isso exigem do espectador atenção às minúcias do comportamento humano. A chegada de Meredith Morton, interpretada por Sarah Jessica Parker, à casa dos Stone não funciona como mero gatilho para conflitos previsíveis; opera como teste de resistência para um grupo que se acostumou a lidar com suas fraturas internas sem jamais nomeá-las.

Para maratonar: série que satiriza 30 anos de cultura pop é mais inteligente do que parece e está na Netflix Divulgação / Hulu

Para maratonar: série que satiriza 30 anos de cultura pop é mais inteligente do que parece e está na Netflix

A primeira impressão que “Future Man” provoca é a de uma provocação travestida de comédia juvenil: nada ali parece disposto a se levar a sério, e talvez seja justamente essa recusa obstinada à solenidade que libere a série para algo mais interessante que a simples paródia. Em vez de repetir a ladainha nostálgica que tantas produções tentam vender como homenagem, ela prefere esgarçar cada referência até o limite do absurdo, como se testasse a paciência do espectador e, ao mesmo tempo, sua cumplicidade.

O drama criminal mais afiado de Scorsese está no Prime Video — e conversa com 2025 mais do que nunca Divulgação / Universal Pictures

O drama criminal mais afiado de Scorsese está no Prime Video — e conversa com 2025 mais do que nunca

A primeira imagem de “Casino” estabelece de imediato a tensão que rege todo o filme: a promessa de controle confrontada com a evidência da desagregação. Essa dissonância orienta a trajetória de Sam “Ace” Rothstein (Robert De Niro), cuja confiança na lógica e no cálculo contrasta com a dinâmica imprevisível que sustenta Las Vegas. Ele acredita que um sistema pode ser conduzido como um mecanismo matemático; a narrativa se encarrega de demonstrar o limite dessa crença.

Romance francês épico inspirado por Orfeu e Eurídice estreia no Prime Video e promete provocar uma saudade que não tem nome Divulgação / Pyramide Distribution

Romance francês épico inspirado por Orfeu e Eurídice estreia no Prime Video e promete provocar uma saudade que não tem nome

“Retrato de uma Jovem em Chamas” cria um tipo de fascínio raro: aquele que não começa no enredo, mas na vibração que antecede qualquer palavra. Existe algo quase insolente na forma como o filme se recusa a oferecer pressa ao espectador, como se dissesse que certas experiências não suportam atalhos. A lentidão inicial, tão mal interpretada por quem espera estímulo imediato, funciona como um ritual silencioso para aproximar o olhar daquilo que realmente importa: dois corpos que aprendem a se reconhecer antes de se tocar.

A volta do thriller que virou referência mundial em mistério e perturbação na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

A volta do thriller que virou referência mundial em mistério e perturbação na Netflix

A inquietação provocada por “Ilha do Medo” não é resultado apenas do desfecho que reorganiza o sentido de tudo o que se viu, mas da maneira como a narrativa exige que o espectador revise a própria confiança na percepção. A construção de Andrew Laeddis, disfarçado na figura de Teddy Daniels, funciona como um dispositivo que tensiona a noção de lucidez ao extremo. Ao longo do filme, cada movimento do personagem conduz o público a uma investigação que parece se expandir de maneira lógica, quando, na verdade, opera como um círculo que retorna invariavelmente a um ponto traumático que o protagonista recusa a enfrentar.