Liam Neeson encara os céus em um thriller repleto de tensão e incertezas, ambientado em um avião onde cada passageiro é um potencial inimigo. Sob a direção de Jaume Collet-Serra, o filme mistura suspense, ação e reviravoltas inesperadas, explorando preconceitos e fragilidades humanas. Com ritmo acelerado e atmosfera claustrofóbica, a trama questiona em quem confiar quando não há para onde escapar.
Um título como “O Justiceiro” não economiza na promessa de mortes, e esta adaptação da Marvel cumpre entregando cenas intensas e um protagonista transformado pela dor. Com humor ácido e ação gráfica, o filme explora os limites da vingança, mas hesita em mergulhar na complexidade moral de seu anti-herói, resultando em uma experiência que oscila entre entretenimento e superficialidade.
No cerne da história está Wilfried Wils, um policial de rua que, em 1942, se vê transformado em instrumento da máquina de genocídio nazista. A rotina, que deveria limitar-se à manutenção da ordem, é tomada por uma missão imposta: localizar, capturar e exterminar judeus, ao mesmo tempo em que saqueia seus bens. A ocupação nazista transformara os bairros da Antuérpia em um tabuleiro de caça, onde a vida humana era reduzida a uma estatística. Robrecht Heyvaert, diretor de fotografia, rompe a monotonia visual com o impacto do vermelho do sangue, que salpica a tela como lembrete da violência insuportável.
O filme desmonta a narrativa de que a Índia é a maior democracia do mundo, expondo-a como um sistema que serve primordialmente às elites. Em uma frase marcante, o protagonista declara que os pobres indianos só encontram duas saídas para prosperar: “pelo crime ou pela política”. Essa constatação, ainda que enraizada no sistema de castas, transcende fronteiras e se aplica ao funcionamento estrutural do capitalismo global.
Em uma extensão desértica onde a sobrevivência desafia os limites da moralidade, um cenário de exílio brutal se transforma em palco para relações inesperadas. Entre mutilações, silêncios densos e alianças improváveis, a narrativa confronta o grotesco e o belo, explorando o embate entre instintos primitivos e impulsos de conexão. Ana Lily Amirpour orquestra uma distopia visualmente rica, que cutuca feridas sociais profundas e provoca o incômodo.
