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O filme que Jessica Lange se arrepende de ter feito, na Netflix Divulgação / Columbia TriStar

O filme que Jessica Lange se arrepende de ter feito, na Netflix

A espinha dorsal da narrativa é o vínculo doentio entre Martha, uma viúva que camufla seus delírios sob véus de religiosidade e moralidade sulista, e seu filho Jackson, um homem cuja passividade revela não maturidade, mas paralisia emocional. A presença de Helen — jovem órfã e sedenta por pertencimento — desestabiliza esse ecossistema incestuoso não apenas por ser uma intrusa, mas por ameaçar romper com o pacto silencioso que mantém essa estrutura disfuncional em funcionamento.

Se há um filme na Netflix que todos deveriam assistir, é a joia silenciosa de Charlotte Wells — delicada, profunda e impossível de esquecer Divulgação / Charades

Se há um filme na Netflix que todos deveriam assistir, é a joia silenciosa de Charlotte Wells — delicada, profunda e impossível de esquecer

“Aftersun” mergulha com delicadeza nas brechas da memória, onde o afeto convive com a ausência e o cotidiano oculta dores profundas. Em férias fugazes entre pai e filha, o filme articula uma narrativa silenciosa e devastadora sobre o que escapa à compreensão infantil, mas se fixa no corpo adulto como cicatriz. Charlotte Wells constrói um retrato sensível daquilo que só o tempo revela por inteiro.

O filme premiado que rendeu um processo de 100 milhões de dólares — e está entre os melhores da Netflix Divulgação / Netflix

O filme premiado que rendeu um processo de 100 milhões de dólares — e está entre os melhores da Netflix

Num Irã em que o tecido social se ancora na opressão moralizada, um serial killer que estrangula prostitutas com o próprio hijab recebe apoio popular enquanto uma repórter luta para expor a verdade. “Holy Spider” tensiona brutalidade, fanatismo e conivência institucional para desmontar a hipocrisia de um regime onde o moralismo assassina em nome da fé e transforma algozes em heróis venerados por um sistema que se alimenta da submissão.

A obra-prima de Krzysztof Kieślowski chegou ao Reserva Imovision — uma aula sobre amadurecimento e solidão Divulgação / Miramax

A obra-prima de Krzysztof Kieślowski chegou ao Reserva Imovision — uma aula sobre amadurecimento e solidão

“A Dupla Vida de Véronique” configura-se como uma espécie de preâmbulo ao que Krzysztof Kieślowski (1941-1996) pretenderia com os filmes que vieram a constar de seu currículo, como se comprova na poética e surpreendente trilogia das três cores, “Azul” (1993), “Branco” (1994) e “Vermelho” (1994). Aqui, Kieślowski assume uma postura muito distinta da aura sagrada daquele conjunto, mas preserva o expediente de lançar mão de metáforas e símbolos, o que realça o aspecto passional de sua produção.

O filme mais bonito e tocante que você vai ver em abril acaba de estrear na Netflix Divulgação / Netflix

O filme mais bonito e tocante que você vai ver em abril acaba de estrear na Netflix

A paternidade cai como uma bomba no colo de Gabriel Gaitán, um produtor de TV viciado em trabalho, forçado a parar e tentar entender o que está acontecendo na sua vida e na de Benito, o garoto que dizem ser o filho cuja existência desconhecia. Gallo, como é chamado pelos colegas, é o perfeito arquétipo de anti-herói adorável, e Salvador Espinosa sabe-o bem. O diretor pontua “O Melhor do Mundo” com passagens entre melodramáticas e de comédia quase escrachada, equilibrando seu filme entre essa figura exuberante e um menino doce e cheio de carências.