Filmes

“A Viagem de Chihiro” (2001) é uma das melhores animações de todos os tempos, graças ao talento preciosista do japonês Hayao Miyazaki, responsável por dar vida a uma história desenhada quadro a quadro, trabalho exaustivo, que também por isso enleva o público. Aos vinte anos recém-completados, o veterano já pode se dizer um clássico, visto por uma legião de espectadores. Abordando o amadurecimento precoce sob circunstâncias sinistras, o filme de Miyazaki encanta justamente por apresentar um argumento tão árido valendo-se do lirismo de suas imagens.

O século 21 trouxe uma nova modalidade de pessoas: os acumuladores de streaming. Confesso que eu me encaixo neste perfil e assino mais plataformas do que consigo acompanhar. Então, claro que a atenção acaba mais em umas que em outras. A Netflix, por exemplo, é impossível de viver sem. Com um dos catálogos mais atraentes do mercado, ficar sem ela é ficar desatualizado do que há de melhor da produção cinematográfica do momento.

A raiva é um sentimento que produz alto engajamento nas redes sociais. Mas o fato de o algoritmo te mostrar postagens raivosas a todo momento é apenas uma resposta à forma como as pessoas têm se comportado. Todos estão revoltados. Todo mundo está p*to e isso tem uma lógica. Com todo o cenário que se desenha no mundo, de pandemia, colapso ambiental, crise econômica, violências contra minorias, governos autoritários em diversos países e outras coisitas mais, a humanidade está vivendo seus dias de fúria.

Histórias de adolescentes sem qualquer traquejo social, loucos para se inserir no mundinho dos clubes do Bolinha e da Luluzinha, hoje convertidos em grupos de Whatsapp, canais do YouTube e similares, são alvo do interesse de cineastas desde sempre, sendo traduzidas em filmes de viés dramático, cômico, tragicômico, quase sempre reveladores. Em “Eighth Grade” (2018), Bo Burnham consegue dar sua versão à melancolia involuntariamente engraçada da adolescência, uma trama que se pauta pela emoção e pela doçura que encanta todo mundo, no catálogo da Netflix.

Dizem que não se brinca com algumas coisas. Mas, será mesmo? Alguns humoristas argumentam que não há limites para a comédia e que o bom senso é uma linha feita para ser cruzada. Nesta lista, a Revista Bula selecionou alguns filmes disponíveis na Netflix que vão mostrar que tudo na vida pode virar piada. Então, se você for uma pessoa sensível, melhor nem clicar.