Filmes

O filme premiado da Netflix que tem 100% avaliações positivas, mas você não assistiu Bartosz Mrozowski / Netflix

O filme premiado da Netflix que tem 100% avaliações positivas, mas você não assistiu

“Entre Frestas” — originalmente intitulado “Operação Jacinto”, em alusão à flor pela qual os homossexuais passaram a ser denominados na Polônia —, condensa o mistério do noir ao trágico do amor impossível, ao passo que ainda se presta à categoria de filme de protesto, fazendo denúncias inéditas sobre a conduta de certos agentes e da polícia mesma no que respeita ao evento que esquadrinha.

O filme subestimado da Netflix que vai tirar seu fôlego por 104 minutos Quim Vives / Netflix

O filme subestimado da Netflix que vai tirar seu fôlego por 104 minutos

O sucesso de filmes de enredo e andamento complexos como “Parasita” (2019), em que o diretor sul-coreano Bong Joon-ho apresenta o drama de duas famílias, interligadas de uma maneira misteriosa e sombria, tem feito escola. Os irmãos cineastas espanhóis Àlex e David Pastor gostaram da ousadia do ritmo, da narrativa, do tema propriamente e transpuseram o que tem sido classificado como efeito Parasita para o seu filme.

Filme perturbador na Netflix te manterá imóvel no sofá, olhos vidrados na TV e o coração querendo saltar pela boca

Filme perturbador na Netflix te manterá imóvel no sofá, olhos vidrados na TV e o coração querendo saltar pela boca

Há homens que se tornam célebres pelo que fazem, mas também há os que se entram para a História pelo que não fazem. “O Mistério do Farol” é um arrazoado sobre os motivos da vida ser tão pouco generosa para alguns, deixando no espectador a dúvida que o consome. Alguém naquela situação seria capaz de postura muito diferente? Mesmo que mereçamos, a vida as vezes não é severa demais.

O suspense psicológico tenso e perturbador, na Netflix, que se intensifica como uma bomba-relógio

O suspense psicológico tenso e perturbador, na Netflix, que se intensifica como uma bomba-relógio

Uma vez que não se tem mais parâmetro para se discernir sabedoria de prepotência, remédios viram venenos e o talento se presta a homiziar toda sorte de perversões, voluntárias ou não. O personagem-título de “Luce” (2019) experimenta o fausto e as dores de ser um garoto exemplar — e esse epíteto tem um peso especialmente incômodo para ele. No filme, o diretor Julius Onah trata de assuntos sérios, e quanto mais pesa a mão, mais se faz necessário contar essa história.

Faça um favor a si mesmo, tire 120 minutos do seu dia para assistir a esse filme encantador que chegou à Netflix Divulgação / Focus Features

Faça um favor a si mesmo, tire 120 minutos do seu dia para assistir a esse filme encantador que chegou à Netflix

O que se tem aqui é mais um exemplo de filme cuja atriz principal termina por empanar o brilho da história, que, conforme já se disse, conserva seu vigor. E difícil imaginar outra intérprete para Emma Woodhouse que não reunisse a picardia, o frescor, a beleza exótica e, por evidente, a competência de Anya Taylor-Joy. Sua absorção da anti-heroína de Austen dá medida exata de como deveria ser uma pós-adolescente feito a donzela sobre quem a escritora se debruça, e De Wilde, faça-se-lhe justiça, reproduz à perfeição o clima ambivalente de ânimo e morbidez, calor e frio, matéria e espírito que emana da história em que seu filme se inspira.