Filmes

Filme de estreia do até então ator Matt Ross, “Capitão Fantástico” traz uma atuação carismática de Viggo Mortensen, como pai de uma família de seis filhos, que decide atravessar o país em um ônibus para assistir ao funeral da mãe. Criados sob métodos exclusivamente anticapitalistas e sem noção da realidade do mundo fora dos bosques, as crianças são impactadas pela descoberta de uma vida bem mais ampla do que imaginavam.

Se você está se sentindo triste, cheio de problemas e desesperançoso, não desanime. É claro que é clichê dizer isso, mas a vida tem dessas. É como uma montanha-russa, que sobe e desce, e não te dá tempo de se recuperar dos impactos, das tonturas e dos desmaios. É preciso força, mas acima de tudo coragem e um pouco de humor para levar tudo numa boa.

O chileno-sueco Daniel Espinosa envereda pelo teor de sátira sociopolítica a fim de tecer seus comentários mordazes a respeito da corrupção endêmica nos aparelhos do estado, no caso a americana CIA, repleta de gente muito perigosa, que faz o termo “fogo amigo” se conservar tão atual. “Protegendo o Inimigo” (2012) condensa várias tramas num só enredo, característica que aliada à espiral de reviravoltas, dá ao filme a injeção de endorfina que o espectador também sente.

Em “Mães Paralelas” (2021), Pedro Almodóvar exerce sua arte, com a narrativa que imita cenas de novela televisiva pontuada pelo impacto dramático que reflete o exagero das emoções sem entregar-se ao dramalhão. O desdobramento enxuto das situações-síntese transparece um folhetim antigo com roupagem de vanguarda.

“A Vida de Togo” (2022) fala, sim, de penúria, mas de vida, não de morte. O uruguaio Israel Adrián Caetano deposita em seu protagonista, um guardador de carros — um desses ofícios que inventamos para mitigar a desatenção para com os mais necessitados — que toca seu dia a dia da melhor forma que consegue (e ele consegue mesmo), mesmo diante das ameaças reais que avançam sobre o seu único tesouro.