Eberth Vêncio

O encontro secreto — acredite se quiser — entre mim e Elvis Presley, no Uruguai, em 1987

O encontro secreto — acredite se quiser — entre mim e Elvis Presley, no Uruguai, em 1987

Que Elvis não morreu todo mundo já sabe. O que quase ninguém sabe, mas, vai ficar sabendo a partir de agora, é que nós nos encontramos na cidade de Punta Del Leste, Uruguai, em 1987, dez anos após a sua suposta morte. Juro. Quero que um raio caia na cabeça de Wesley Safadão se eu estiver mentindo. Na época, Elvis contava 52 anos e eu 22. Tinha idade para ser o seu filho. Em matéria de discípulo do rock and roll, eu até que podia ser sim.

O anestesista que não amava as mulheres

O anestesista que não amava as mulheres

Gostava mais do cheiro do povo do que dos cavalos. Tinha nascido durante os escabrosos anos da ditadura militar, numa época em que um velhote afetado chamado João Baptista presidia o país e fazia uma espécie de elo indigesto, uma transição forçada pela volta da democracia, em conluio compulsório com os homens de espírito progressista que pelejavam pela liberdade.

O teu corpo é um continente inexplorado

O teu corpo é um continente inexplorado

No ponto alto da invasão consentida, sob chávenas de hábeis artifícios, guiado pelas fagulhas dos fogos de armistício, alucinado com os vapores exalados pelas ferozes gônadas de feromônios, ele cruzou a tênue fronteira entre o real e o fantasioso para cravar o mastro fumegante no ponto mais alto e protuberante do Monte Pubiano. Uma discípula de Vênus tinha acabado de tombar, viva, lívida e candente.

O dia em que estive frente a frente com o mito Lane Erickson / Dreamstime

O dia em que estive frente a frente com o mito

Já menti várias vezes, mas, agora, eu não minto. Era preto na folhinha e não adianta tergiversar sobre os aspectos étnicos da melanina na cútis. Entrei numa padaria do condado para faturar um deputado federal da bancada terraplanista. Óbvio que não faria o serviço ali mesmo. O logradouro servia apenas como um ponto de encontro. Dali, partiríamos para algum apartamento funcional da Asa do Avião que funcionasse como um lugar mais apropriado para se comer gente usando recursos do erário.

Deus não é besta de morar no seu coração

Deus não é besta de morar no seu coração

Odeio odiar pessoas. No duro. Eu sei que existe no mundo mais gente boa, de coração mole, do que gente ruim, áspera como o deserto. Só que os ruins são muito mais competentes em matéria de tripudiar, de propalar a burrice e a maldade como se fossem uma espécie de vantagem. Assisto pela TV às novas pílulas da propaganda política de um determinado partido, nas quais o semblante de um sujeito cria em mim enorme repulsa.