Crônica

As coisas que John Lennon talvez dissesse a Jair Bolsonaro

As coisas que John Lennon talvez dissesse a Jair Bolsonaro

John Lennon era talentoso, divertido, polêmico e, acima de tudo, cruel e casca-grossa em matéria de defender os seus pontos de vista. Sinto que, por causa da sua inteligência e da sua impetuosidade, faz uma enorme falta no debate político. Com certeza, ele não se calaria frente aos discursos perniciosos e medievais dessa trupe terrivelmente reacionária.

É verdade este bilhete: eu te amo

É verdade este bilhete: eu te amo

Não tenho obrigação de provar para ninguém que fui feliz. Não me resta muito tempo. Há um excesso de Deus, de choros e de desespero enquanto afivelo o meu cinto. Tremendo azar: vamos cair e acabei ficando sem bateria. Espero que você leia isso, pois, é uma espécie de despedida redigida de forma improvisada. Um homem de boa alma, num derradeiro gesto de desprendimento e de generosidade, emprestou-me a sua Mont Blanc.

Deus não existe!…

Deus não existe!…

Admitindo que Deus esteve por trás do big-bang que supostamente deu origem ao mundo, com sua alquimia explosiva, Ele esperou com paciência por mais de 14 bilhões de anos para inserir o homem em sua arena. Se fôssemos tão importantes como supomos ser, talvez Deus tivesse nos preparado mesmo antes da construção do cenário e nos conservado no formol divino e nos inserido em cena desde o primeiro ato. Já o Homo sapiens, ao contrário de Deus, é um bicho extremamente ansioso. Queremos alcançar resultados, atingir objetivos desde as primeiras ações.

Recado de afeto àqueles que sonham

Recado de afeto àqueles que sonham

Lá vai alguém que sonha. Vai pisando seus medos, sofrendo sua ansiedade. Para, respira, sente fome, perde o apetite, foge de sabe-se lá o quê, senta na grama, levanta, dorme, acorda, cantarola, chora. Lá vai alguém que sonha seu caminho leve, procura o sol entre uma sombra e outra e sofre o peso de cada passo, desvia de buracos, armadilhas, arapucas, alçapões. Lá vai alguém que sonha. Vai em cima da hora, acelera na estrada à tardinha. Anda só na companhia de alguém que sangra, que parte e que há de voltar. Segue adiante.