Crônica

A urna e as eleições

A urna e as eleições

Nas poucas coisas em que o Brasil se destaca e é exemplo para o mundo, a criação da urna eletrônica e de um sistema eleitoral seguro deve contar ponto. Na história recente, que político teria coragem de colocar em dúvida a credibilidade do mecanismo que o faz ser eleito? Um certo clima tenso começou a ser cultivado após as eleições de 2014, quando se pediu auditoria dos votos para presidente da República.

O que não se falou após a morte de Elizabeth II, Jô Soares e outras celebridades

O que não se falou após a morte de Elizabeth II, Jô Soares e outras celebridades

Sempre que uma celebridade morre eu preparo meu estômago. Porque sei que as redes sociais vão ser inundadas de mensagens. A maioria é apenas banal. Mas o pior é que muitas revelam dois comportamentos detestáveis: o vampirismo do luto e o ativismo de bar. Duas mortes recentes geraram um dilúvio de demonstrações disso: a da Rainha Elizabeth II e a de Jô Soares. Se você exibiu alguns desses comportamentos que eu vou citar, não fique bravo comigo.

O corpo é uma droga

O corpo é uma droga

Eivado de hipocrisia, reencontrou-a no horário desmarcado. Um acaso dos diabos. Eram dois raios que volta e meia caíam sempre no mesmo lugar. A cama. Largavam-se na cama. Alargavam os horizontes. Zoneavam. A cama era como um campo de entrega, de colheita e de fastio. Ali se plantava. Ali se colhia. Escolheram qualquer colheita, o que viesse já estava de bom tamanho para além do estio.

Sobre o envelhecimento dos ídolos, das armas e das rosas

Sobre o envelhecimento dos ídolos, das armas e das rosas

A música sempre teve um poder impressionante de aglutinar e setorizar os grupos de jovens. Fenômeno cultural que remete aos primórdios das organizações sociais, sempre nos juntamos, em especial na adolescência e juventude, àqueles que amam o mesmo tipo de música que nós e, ali, nos dividimos no que se convencionou a chamar de “tribos”.

Mais um otário à frente de seu tempo

Mais um otário à frente de seu tempo

Em tempos de meninice, bom mesmo era relevar, mas, eu não relevava. Certo mesmo era levar a vida na flauta, mas, eu não levava. Prendia o futuro com as mãos em ânsias de devaneio e ele sempre escapava entre os dedos. Nada mais natural. Em dado momento — degredo de mim mesmo — a descoberta da finitude humana fez-me reconhecer que, muitas das vezes, os momentos felizes aconteciam somente pelos lépidos olvidos do sofrimento.