Crônica

O aplicativo fundamental

O aplicativo fundamental

Primeiro foi Yuval Harari que escreveu um texto dizendo que a Inteligência Artificial além de nos ajudar a escrever um trabalho final de curso, pode também acabar com a humanidade. Depois foram vários cientistas que se uniram e escreveram um manifesto pedindo para que os pesquisadores dessem um tempo nas pesquisas de Inteligência Artificial, antes que a Inteligência Artificial dê um tempo na raça humana.

O arroz ou o remédio?

O arroz ou o remédio?

Nas conversas que tenho com os meus alunos do curso de Medicina, costumo alertá-los para os riscos daquilo que chamo de arrogância acadêmica, ou seja, aquele sentimento que acomete praticamente todos os que passam por um curso universitário e acham que, por isso, possuem resposta e soluções para todos os problemas e situações.

Ensaio sobre a saliva

Ensaio sobre a saliva

Namorar era bacana, um trocadilho infame, um adjetivo que ninguém mais usa hoje em dia. Hoje em dia não deixa de ser uma espécie de redundância, eu sei, ora, que se dane. Prefiro ser redundante do que ser pedante. Naquela altura da vida, eu já estava me entendendo muito bem com os vírus e com as bactérias. Éramos brothers. Tinha perdido aquele medo besta de morrer. Vieram as novas paixões, outras namoradas estranhas e aquele gosto diferente em cada boca, aquele gasto descomunal de tempo e de saliva

A gente vira pedra depois que morre

A gente vira pedra depois que morre

Diz-se que o coração é o órgão vital responsável pelos sentimentos. Ora, um coração não sente bulhufas. Ele bombeia, cadente, escravizado pela esperança, vinte e quatro horas por dia, todo santo dia, como um soldado numa guerra já perdida, tomado por diligência e fé, até mesmo, um certo grau de desespero, frente àquelas situações irreversíveis, como a falência múltipla dos órgãos, quando nada mais dá certo, quando nada mais funciona a contento, quando nada resta a fazer senão parar de bater dentro de um corpo inexoravelmente falido.

Só pode ser brincadeira, sr. Feynman!

Só pode ser brincadeira, sr. Feynman!

Pensemos na terra, antes da existência humana. Quem apreciava a beleza dos jardins, dos mares, das cachoeiras? A quem encantavam? Quem inventou o prazer intelectual de pensar sobre tais coisas? São mistérios que desafiam a imaginação dos pobres mortais. E, até mesmo, dos poetas, dos filósofos e dos cientistas.