Crônica

Maceta profunda

Maceta profunda

Perdoem-me pela eloquência. Reconheço a importância de Ivete Sangalo enquanto diva do cancioneiro brasileiro e ícone do empoderamento feminino. O seu carisma e a sua qualidade vocal são incontestáveis. Também sou fã de Baby do Brasil, antes dela mudar de nome e de transmutar para essa deplorável fase carola. Tenho tímpanos maleáveis. Eles já suportaram centenas de canções compostas com fins meramente comerciais.

Um Big Brother Brasil distópico

Um Big Brother Brasil distópico

Num futuro não muito distante, a humanidade finalmente consegue ferrar tudo. Aquecimento global ou guerra nuclear ou Inteligência Artificial do mal ou todos esses fatores juntos fazem com que se chegue ao fim do mundo. Mas alguns humanos sobrevivem a catástrofe. Eles estavam trancados em uma casa inviolável que os protegeu da hecatombe.

Vem ni mim, esbórnia Foto / Joa Souza

Vem ni mim, esbórnia

O carnaval não gosta de mim. E já faz muito tempo. Desde a minha meninice. Meu pai me levava, juntamente com os meus irmãos, para as matinês carnavalescas do clube dos funcionários do Banco do Brasil, que ele adorava. Ele adorava o clube, o banco; não as matinês. O desgosto pela folia, portanto, devia ser coisa de família. Meu velho sentia uma gratidão eterna por aquela instituição financeira. Algo de idolatria mesmo, de cunho quase transcendental, eu diria. Papai foi de uma época em que se remuneravam muito bem os funcionários do banco.

Eu tento gostar de carnaval, mas nem sempre consigo

Eu tento gostar de carnaval, mas nem sempre consigo

Eu nasci no Brasil, só acho que vim com o software errado. Como assim eu vivo aqui e não sou fã de futebol e carnaval? Eu me esforço: na Copa do Mundo eu torço como todo mundo. Como não sei identificar um impedimento, o jeito é disfarçar: é só xingar o juiz e o técnico que tá tudo certo, ninguém percebe. Quando se trata de carnaval a tarefa é um pouco mais difícil. Nem sempre consigo.

É carnaval! Oba! Oba?

É carnaval! Oba! Oba?

É carnaval! Não adianta reclamar do bloco que passou devastando a sua rua, nem do trio elétrico que quase te deixou surdo. A pessoa começa a dar uns tremeliques e uns passos estranhíssimos, achando que sabe sambar, mas isso é só uma fantasia, fruto de sua imaginação. Algumas dessas pessoas chegam até a cair no samba, que é quando elas tropeçam em suas próprias pernas e se estatelam na avenida.