Crônica

Eles não usam copo Stanley

Eles não usam copo Stanley

Não tenho nada contra os copos térmicos. Nada mesmo. Muito pelo contrário. Acho até que são os melhores do mundo, depois, é claro, dos clássicos copos americanos de vidro canelado, de 190 ml, fartamente utilizados nos botequins que eu frequento. Ando pistola com os copos térmicos. Parece antagônico, mas, eu explico. Na verdade, ando implicado com usuários de copos térmicos. E eles estão por todas as partes. Nos bares. Nos regabofes. Nas despedidas de solteiro. Nos funerais. Nos bailes de formatura. Nos batizados. Nos cabarés.

Sala de aula, até mais ver!

Sala de aula, até mais ver!

Em uma infinitude de coisas que fazemos mal, há algumas que fazemos bem. Eu fui muito bem formado para ser professor. No quesito reprodução social, dei checklist nesse aspecto. Minha avó, minha mãe, meu pai, minha tia, meu irmão foram professores, meu pai ainda é. Não fui bom aluno antes do mestrado, mas fui um aluno ligado, e não era um mau aluno. E assim fui me formando. Lia de tudo, mas só agora gosto de ciências naturais.

Um texto um pouco saudosista Freepik

Um texto um pouco saudosista

Existem várias atividades que eu gostava de fazer, mas não faço mais. Os motivos são vários. Algumas dessas atividades não existem mais, outras não fazem mais sentido, outras foram detonadas pela internet ou pelo advento dos celulares, e várias não faço porque não consigo mais. Então vão aí 5 coisas que eu gostava de fazer, mas não faço mais.

“The eyes, chico. They never lie.”

“The eyes, chico. They never lie.”

Nelson Rodrigues já dizia: “Certas coisas, certas verdades, exigem um canalha para dizê-las”. É por isso que se pode, sem nenhum constrangimento, aprender — e muito — com figuras um tanto questionáveis. É o caso do personagem Tony Montana, vivenciado por Al Pacino em “Scarface” (1983). Numa cena clássica em que o mafioso cubano aparece dirigindo um Cadillac 1963 enquanto conversa com “Manny” Ribera, seu braço direito, ele diz: “The eyes, chico. They never lie”.

Fazendo Deus de trouxa

Fazendo Deus de trouxa

Quando a sua terra natal está sendo violada por invasores, pouco importa se é domingo, feriado ou dia santo. É inútil. Não tem para onde correr e todos os dias são úteis para escapar e se esconder. O medo da morte não tem um só dia de folga. O terror faz hora extra e quem paga é o mais fraco. Quando a cidade cujas ruas você percorreu uma vida inteira está de pernas para o ar, destruída tijolo a tijolo pelo fogo inimigo, o único mister que resta é se enfiar num bunker, numa vala, num buraco e rezar para não ser visto.