Da arte de não querer ouvir o que já sabemos
Primeiro aconteceu no congestionamento de uma cidade grande, com aquele sujeito pequeno que decidiu fazer uma faxina no interior de seu carro enquanto o trânsito não andava. Indiferente como os ponteiros de um relógio que atropelam a vida em total desaviso, juntou o entulho que ali havia, restos de comida, maços vazios de cigarro, latas de cerveja amassadas, e atirou tudo à rua pela janela, sob meia dúzia de olhares apáticos vindos de um ou outro veículo entre as centenas que ali jaziam por todos os lados.