Livros

“Rainha Lira” retoma o Lear de Shakespeare para encenar o trágico e o farsesco do Brasil Foto: Bel Pedrosa / Divulgação

“Rainha Lira” retoma o Lear de Shakespeare para encenar o trágico e o farsesco do Brasil

É conhecido que Roberto Schwarz tem o status de renomado intérprete de Machado de Assis. Talvez seja o maior deles. O que pouca gente conhece é o lado dramaturgo e poeta do crítico literário. Nascido na Áustria em 1938, ele é um dos mestres do pensamento social no Brasil, com uma escrita que apenas os grandes autores conseguem alcançar. A peça teatral “Rainha Lira” (2022) acaba de sair em formato de livro e é um dos principais acontecimentos culturais dos últimos tempos.

Narrativas de Nivaldo Tenório são dias de febre na cabeça

Narrativas de Nivaldo Tenório são dias de febre na cabeça

Terceira antologia de contos do autor pernambucano explora episódios ambientados em verões nos quais a irradiação solar serve de catalisador ou de metáfora para tratar de temas relacionados a estados de ruína da mente e do corpo físico. As tramas sofisticadas e complexas se desenvolvem a partir de uma engenharia em que histórias se entrecruzam e deixam a suspeita de que algo foi omitido ao leitor.

Em ‘A Morte e o Meteoro’, Joca Reiners Terron retrata a extinção da vida

Em ‘A Morte e o Meteoro’, Joca Reiners Terron retrata a extinção da vida

Uma das grandes características da literatura brasileira contemporânea é o ponto de vista da catástrofe. Ficou definitivamente no passado a “consciência amena do atraso”, adotada pelos modernistas da Semana de 1922 e pelos autores do romance nordestino de 1930. O ideal positivo de superar o atraso deu lugar ao pessimismo em relação ao progresso. Na atualidade, prevalece o sentimento do desastre, seja social, político ou ambiental, que tem no escritor Joca Reiners Terron um dos seus autores mais significativos.