Livros

O Retrato de Dorian Gray, da ficção ao tribunal

O Retrato de Dorian Gray, da ficção ao tribunal

É um movimento quase orgânico. Quando ficções literárias se popularizam, ultrapassam as fronteiras de lombadas e bibliotecas. Espraiam-se por telas de televisão e cinema, palcos de teatros e cultura pop. Somente na literatura clássica gótica, posso citar “Drácula”, “Frankenstein” e “O Médico e o Monstro”.

Kamikaze, quando a lenda é maior que a história 

Kamikaze, quando a lenda é maior que a história 

Biografias fazem parte de um gênero bem específico que busca contar a vida de uma pessoa e quanto mais importante ou mais extraordinária tenha sido a existência do biografado, melhor o livro tende a ser. E como poderia deixar de ser interessante a vida de um piloto kamikaze? Sim, aqueles samurais modernos, que deliberadamente jogavam seus aviões sobre os navios aliados ao final da Segunda Guerra.

Thomas Bernhard mostra como sentir vergonha do próprio país

Thomas Bernhard mostra como sentir vergonha do próprio país

A obra de Bernhard é um acerto de contas com o seu país que teve a mancha histórica de ser anexado pela Alemanha nazista. Seu último romance (“Extinção”) e a peça teatral “Praça de Heróis”, por exemplo, fazem questão de brigar com o esquecimento que a Áustria tenta impor a respeito daquele período, digamos, vergonhoso de sua História.

Camus operou para livrar Victoria Ocampo da prisão e debochou de poeta brasileiro

Camus operou para livrar Victoria Ocampo da prisão e debochou de poeta brasileiro

Victoria Ocampo (1890-1979) era o dínamo que criou a revista e a editora “Sur”, na Argentina, na década de 1930. Publicou autores locais, como Jorge Luis Borges e Oliverio Girondo, e estrangeiros, como Virginia Woolf, James Joyce, Ortega y Gasset, Albert Camus (1913-1960 — viveu 46 anos), Sartre e William Faulkner. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com o apoio das irmãs Angelica e Silvina Ocampo, deu apoio a vários escritores e intelectuais europeus, independentemente de ideologia partidária. A fotógrafa judia Gisèle Freund, para não ser presa pelos nazistas, que ocuparam a França, fugiu para Buenos Aires, sob proteção de Victoria Ocampo.

As reflexões de Rosa Montero sobre o mundo de Marie Curie, a literatura, o amor e a morte

As reflexões de Rosa Montero sobre o mundo de Marie Curie, a literatura, o amor e a morte

O livro “A Ridícula Ideia de Nunca mais te Ver” é uma autoficção. Rosa está inspirada. O diário de Marie é o motivo. Quando ela inicia seu relato, pensamos: como é possível que o nascimento ou a morte nos permite “espiar pela fresta da verdade”? Não é sobre nosso nascimento e nossa morte de que Rosa fala, uma vez que não nos lembramos do primeiro evento e ainda não enfrentamos o segundo, é sobre o que acontece com o outro. No seu fluxo de pensamento, Rosa se compara à Marie.