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Como Roberto Bolaño nos ajuda a escapar da violência

Como Roberto Bolaño nos ajuda a escapar da violência

A breve vida de Roberto Bolaño rendeu um arquivo literário de impressionar e alimentar os leitores e as leitoras pelo mundo. Após sua morte aos 50 anos de idade, a família do autor desengavetou escritos de um armário que parece não ter fim, dada a quantidade de obras. Neste ano, o público brasileiro pode conhecer o lado poeta, com a edição da coletânea “A Universidade Desconhecida”, lançada postumamente em 2007. Se a face do prosador assombra, o lado poético derruba o queixo de todos.

A distopia tragicômica de um Brasil imbrochável

A distopia tragicômica de um Brasil imbrochável

O problema de toda distopia é que ela sempre será a utopia de alguém. Muitas pessoas não estão preparadas para discutir isso. É compreensível, considerando que esse tipo de assunto pode abalar estruturas emocionais e intelectuais construídas ao longo de anos ou mesmo décadas. Revelam que não somos tão empáticos quanto pensamos que somos ou gostamos de vender que somos. A melhor forma de ilustrar essa situação inconveniente é partindo de exemplos extremos.

A paixão de Hannah Arendt pelo filósofo nazista Heidegger

A paixão de Hannah Arendt pelo filósofo nazista Heidegger

Se no mundo acadêmico Hannah Arendt é ampla e merecidamente estudada, o que parece despertar o interesse do público é seu ensaio “Eichmann em Jerusalém — Um Relato Sobre a Banalidade do Mal” e, sobretudo, a história de sua paixão por Martin Heidegger, o mais importante filósofo alemão depois de Kant. Há biografias de qualidade que destacam o caso entre Hannah Arendt e Heidegger, apresentando-o de maneira correta, e não como fofoca. A autora de “Entre o Passado e Futuro” foi discípula, mesmerizada, e amante, apaixonada, do autor de “O Ser e o Tempo”.

Literatura e direitos indígenas em novo romance de Frei Betto Divulgação / freibetto.org

Literatura e direitos indígenas em novo romance de Frei Betto

“Tom Vermelho do Verde” (Rocco, 2022), oitavo romance de Frei Betto, é baseado em eventos históricos. Romances históricos costumam ter cada vez mais apelo comercial, uma vez que acumulam dupla função: a de entreter e a de informar. Além disso, o romance histórico contemporâneo propõe, na maioria das vezes, um ponto de vista periférico, isto é, uma história paralela aquela proposta pela historiografia oficial

Annie Ernaux e a ficção de si mesmo

Annie Ernaux e a ficção de si mesmo

Os jurados da Academia Sueca gostam de apontar o dedo para um autor ou autora ao anunciar o Prêmio Nobel de Literatura. É como se dissessem a cada ano: prestem a atenção nessa figura que está escrevendo e vocês deveriam ler mais. Mais do que um referendo de celebridades, a premiação emite um sinal de alerta para o mundo em convulsão, tomado de guerras civis (efetivas e simbólicas) e afogado em tecnologia. E neste ano, os holofotes miraram a escritora francesa Annie Ernaux.