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Anthony Hopkins chegou a rejeitar um de seus papeis mais amados dos anos 1990 — na Netflix Divulgação / TriStar Pictures

Anthony Hopkins chegou a rejeitar um de seus papeis mais amados dos anos 1990 — na Netflix

Há personagens que não precisam de tecnologia futurista, traumas fundadores ou armaduras indestrutíveis para exercer fascínio. O Zorro — com sua capa, sua espada e a letra “Z” cravada em movimentos certeiros — é um desses. Quando “A Máscara do Zorro” chegou aos cinemas, em 1998, poderia ter sido apenas mais uma releitura previsível de um mito esgotado. Em vez disso, revelou-se uma narrativa com fôlego, estilo e uma rara inteligência na forma de revisitar o arquétipo do justiceiro mascarado.

Pode falar o que quiser, mas essa é a melhor comédia romântica de todos os tempos e está no Prime Video Divulgação / Polygram Filmed Entertainment

Pode falar o que quiser, mas essa é a melhor comédia romântica de todos os tempos e está no Prime Video

No cruzamento entre a banalidade dos dias e o delírio das telas, “Um Lugar Chamado Notting Hill” ergue-se não como uma mera fábula romântica, mas como uma interrogação sutil sobre a viabilidade do afeto em tempos de culto à imagem. O bairro londrino que dá nome ao filme — com sua estética de cartão-postal e diversidade cultural cuidadosamente equilibrada — não serve apenas como pano de fundo, mas como uma alegoria da convivência entre o real e o idealizado.

Do diploma à cela: gênio, traficante ou bode expiatório? A história real por trás do filme na Netflix que está deixando o mundo em choque Divulgação / Republic Pictures

Do diploma à cela: gênio, traficante ou bode expiatório? A história real por trás do filme na Netflix que está deixando o mundo em choque

Robert DeShaun Peace (1980-2011) tentou, mas sucumbiu ao peso de uma história que nem era a dele. Lamentavelmente, “Rob Peace” não tem final feliz, mas assim mesmo parece um conto de fada inspirador e de excelso alcance filosófico, graças à direção bem-cuidada de Chiwetel Ejiofor, que não deixa seu filme resvalar para uma leitura sensacionalista de um drama que sempre há de incomodar seus personagens reais.

Filme que Steven Spielberg dispensou e que hoje é considerado a melhor ficção científica da história, na Max Melinda Sue Gordon / Warner Bros. Entertainment

Filme que Steven Spielberg dispensou e que hoje é considerado a melhor ficção científica da história, na Max

Há filmes que nos pedem atenção; poucos nos exigem entrega. “Interestelar”, de Christopher Nolan, não pretende ser apenas compreendido — ele demanda ser sentido como se estivéssemos em órbita, suspensos entre o que sabemos e aquilo que apenas intuímos. Ao embarcar em uma missão de sobrevivência cósmica, o espectador é convocado a percorrer muito mais que bilhões de quilômetros: o filme propõe um deslocamento radical do olhar, em que os limites entre ciência e afeto, entre desespero e coragem, se dissolvem sob o peso da gravidade e da ausência.

Jonah Hill implorou para estar nesse filme e aceitou receber um salário mínimo por seu papel, na Max Mary Cybulski / Paramount Pictures

Jonah Hill implorou para estar nesse filme e aceitou receber um salário mínimo por seu papel, na Max

Não é sobre ascensão e queda. Tampouco sobre crime e punição. O que Martin Scorsese constrói em “O Lobo de Wall Street” escapa das categorias narrativas convencionais, porque sua matéria-prima não é a trajetória de um homem — é a estrutura de um vício. Um vício que tem rosto, terno, cifras, língua afiada e um nome: Jordan Belfort. O filme não observa esse personagem como quem analisa um fenômeno externo, mas o converte em lente distorcida pela qual passamos a enxergar o mundo.