Filmes

Adaptar uma narrativa literária para o cinema, de forma original, sem se perverter a natureza primeira do texto, é uma incumbência que grande parte dos diretores considera hercúlea, quando não um trabalho de Sísifo. David Fincher dribla a mitologia grega, escala a montanha e não permite que o roteiro — tirado do livro homônimo da jornalista e escritora Gillian Flynn, publicado em 2012 — despenque ribanceira abaixo.

Nada define melhor esse sentimento de facilidade da vida, de uma vida fútil e besta, à moda Drummond, como os ditos reality shows. A Bula dispõe de uma lista com 15 filmes, todos na Netflix, que se debruçam sobre a condição humana de maneira a frisar as situações nada realistas nesses programas, que só fazem sobressair o lado menos iluminado do ser humano, analisado e imitado por muita gente.

O cinema se detém a empreender uma das tarefas mais ingratas que podem existir: compreender as dicotomias, as neuroses, as violências do homem contra o meio em que se insere — contra si mesmo e contra o outro, portanto. Na lista da Bula, temos sete filmes, todos disponíveis no acervo da Netflix, que discorrem acerca da capacidade invencível no homem de se autodestruir na medida em que não toma pé de sua situação no planeta, na sociedade, no próprio tecido biológico, o manto da vida composto por cada um de nós e sem o qual não resistiremos.

Um filme pode, sim, transformar seu humor em apenas algumas horas. Se ele é tristinho e borocoxô, não tem jeito, a gente acaba ficando meio abatido também. Agora, se ele traz uma mensagem positiva ou alto-astral, sem dúvida que o coração dá uma iluminada. Por isso, a Revista Bula traz algumas produções que vão dar uma recarregada na sua energia após uma semana exaustiva de trabalho.