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Relações familiares são quase sempre complicadas. Se você passa muito tempo com seus pais, acaba guardando mágoas de sua primeira relação autoritária e desgastante da vida, afinal, pessoas complicam e relacionamentos são sempre desafiadores. Quando você não passa tempo suficiente com eles, isso deixa um buraco impreenchível na sua alma por toda vida. De qualquer forma, sua família vai danificá-lo. Não podemos mudar nossos pais, mas podemos, muito bem, tentar compreendê-los e aprender a conviver com as diferenças.

Em grande medida, Joseph Kosinski concorda com o cerne da questão proposta pelo ensaísta espanhol Miguel de Unamuno (1864-1936), para quem a vida só seria possível se nos dispuséssemos a sempre esquecer. “Oblivion” é a história de uma sequência de apagões mnemônicos, em que a estética de que o diretor se vale colabora sobremaneira para a imagem de tempo narrativo fluido que o enredo pede, como se os personagens realmente flutuassem pelo vazio de suas lembranças perdidas.

Mudar um passado traumático é um poder que muitos gostariam de ter. Infelizmente, nem tudo é como desejamos e, no caso da protagonista Seo-yeon, pode ter um efeito mais devastador que reparador. Ao receber uma ligação de uma mulher do passado que pode ajudá-la a evitar eventos devastadores, ela entra em uma espiral de chantagens, terror e ameaças que vai culminar em uma luta angustiante por sua sobrevivência.

O norueguês Roar Uthaug parece ter se decidido a explorar um nicho para o qual não havia atentado ainda. Lançando mão do folclore pouco conhecido para além de sua Noruega natal, “O Troll da Montanha” tem a urgência de um grito de socorro da Terra, encarnado por uma criatura monstruosa, mas que ataca muito mais para se defender.