O poder contido no espírito do homem, seus limites e em que proporção o ambiente em que está inserido confere-lhe legitimidade para levar seus planos adiante ou o desautoriza, são alguns dos temas que Ron Howard aborda em “Inferno”, alegoria das ilusões tragadas pelo desejo de mais autoridade, que degringola num cenário de caos, doença e morte.
Quando você pensa em filmes hollywoodianos de ação, com certeza um dos primeiros nomes que vêm à mente é o de Tom Cruise. Protagonista em grandes produções do gênero, pode-se dizer que ele se tornou um especialista. Mas seu talento não se resume aos ‘explode quarteirões’. Cruise é um artista completo, capaz de entregar tudo e qualquer coisa, de fazer um filme de arrecadação ser um dos melhores do ano, como fez com “Top Gun”, tanto o de 1986 quanto o de 2022. Em “Jack Reacher: Sem Retorno”, ele conquista mais uma vez o espectador com seu carisma e seu talento inacreditável para realizar proezas na tela.
O Pálido Olho Azul” sobrepuja o básico da narrativa de suspense. Socorrendo-se de elementos técnicos, Scott Cooper tem o condão de ressuscitar o interesse por um dos mais ousados escritores de todos os tempos, ao passo que escapa ao óbvio escolhendo fixar-se nos detalhes que seduzem sua audiência, seja pelo olhar, seja pelo que é dito. A impecável fotografia de Masanobu Takayanagi dirime qualquer dúvida quanto as pretensões de Cooper, transportando o espectador para um cenário tão aterrador quanto lindo.
A missão inesperada de controlar o furor que se passa entre os civis de Belfast se transforma, para o recruta Gary Hook, do exército britânico, um verdadeiro pesadelo, quando o veículo de seu agrupamento o deixa para trás em meio a uma rebelião. À mercê de terroristas do Ira, ele precisa percorrer sozinho pelos labirintos da cidade, pular os muros de tijolos e se desvencilhar pelas paredes industriais e residenciais da cidade para escapar dos olhos de guerrilheiros furiosos e desesperados em meio ao caos de uma guerra civil.
Pelo que apresenta em “A Garota no Trem”, Tate Taylor concorda plenamente com o que disse Machado de Assis sobre o casamento. Dando todo o espaço às neuroses de uma mulher abandonada, o diretor fala desses relacionamentos que não resistem à batalha de egos, ao descompasso das vontades, à incomplacência de ambas as partes no trato um com o outro e com o compromisso que um dia assumiram tão convictamente.
