Ensaios

Roland Barthes: o pesadelo atual é a apoteose da tragédia

Roland Barthes é o sonho ideal e perfeito do intelectual que eu gostaria de ser. Um crítico literário sim, mas antes de tudo, um homem que serviu à linguagem. Dedicou a sua vida ao estudo dela, amou a humanidade por meio dela. Barthes pesou, mediu, cheirou, sorveu, provou, atritou com a pele o mundo das palavras como poucos de seus pares — se é que ele tem pares —, conseguiram fazer.

A declaração de amor de Guimarães Rosa a Minas Gerais

A declaração de amor de Guimarães Rosa a Minas Gerais

Num texto publicado em agosto de 1957, o escritor João Guimarães Rosa faz uma declaração de amor ao Estado de Minas Gerais, palco principal de sua obra mais importante: Grande Sertão: Veredas. Minas é a montanha, montanhas, o espaço erguido, a constante emergência, a verticalidade esconsa, o esforço estático; a suspensa região — que se escala. Atrás de muralhas, caminhos retorcidos, ela começa, como um desafio de serenidade.

Um pintor renascentista à altura de Leonardo da Vinci

Um pintor renascentista à altura de Leonardo da Vinci

Em termos de importância para a cultura universal, o Renascimento Italiano só ficaria atrás da arte clássica dos gregos, influência basilar da própria Renascença, que volta às margens do Egeu em busca da fonte inesgotável. Em meio a esse furor criativo, algumas coisas se sobressaíram na segunda metade do chamado Quattrocento (ou Baixa Idade Média), época de transição para o mundo moderno.

Em uma sociedade de analfabetos, ser inteligente na adolescência virou crime

Em uma sociedade de analfabetos, ser inteligente na adolescência virou crime

A indústria cultural, diferentemente de boa parte dos pais, sabe o significado do mito da adolescência moderna. Ultrapassando as pretensas crises emocionais que decorrem do período, as quais são deixadas para reflexão dos psicólogos e dos psicanalistas, cuida-se logo de “empurrar goela abaixo” o estereótipo estupidificante do adolescente bestializado, um “trapo humano” jovem e insensível. Despreza-se a leitura, tida como “tarefa chata da escola”, travestindo de “poesia” os “ex-my love” da vida — como se pudesse haver perenidade artística em algo tão ruim e de criatividade equivalente a de uma bactéria anaeróbia.

As palavras e a fraude ou o malabarismo ideológico

As palavras e a fraude ou o malabarismo ideológico

Às vezes, as palavras revelam mais do que deveriam, vão além do que era a intenção original, escorregam em cascas de banana, cometem atos falhos, deixam rastros nos chistes e expressões. As palavras não são traiçoeiras, mas a forma como são utilizadas, sim. A vingança não demora: elas desmascaram a intenção do mau uso.