Crônicas

A morte pede carona. O amor vai a pé

A morte pede carona. O amor vai a pé

Não sou de me queixar às pessoas. O que não tem remédio remediado está. Nem sei se quero justiça. Justo seria que minha memória se apagasse. Lei nenhuma fará com que tu entres novamente por aquela porta sorrindo com o corpo inteiro, esbanjando jovialidade, rivalizando os seus 22 anos com a luz milenar do sol. A escuridão me abarca.

Precisamos falar sobre matriarcado

Precisamos falar sobre matriarcado

Antes da minha primeira gestação eu trabalhava numa editora. Fiz Letras e Pedagogia na USP e me especializei em tradução do francês para o português. Adorava o trabalho de selecionar originais, revisar, editar. Só que, quando acabou a minha licença-paternidade, a Neusa bateu pé. Veio me dizer que assumia as contas todas, que me queria dono de casa. O argumento dela é que um pai precisa lamber as crias.

Coisas incríveis que dá pra fazer se você tiver uma arma de fogo

Coisas incríveis que dá pra fazer se você tiver uma arma de fogo

Uma arma para cada cidadão de bem. Nada mal. A morte é laica. É justo que as pessoas se municiem para a legítima defesa da honra, da família e dos patrimônios materiais. Meter bala em qualquer coisa que respire, pese mais de 15 quilos e salte o muro de casa. Ensinar as crianças a odiarem um ser humano em 10 lições. Armar confusão com o vizinho. Fazer uma guerra. Defender o território.

Nem figura de linguagem tem mais vergonha na cara

Nem figura de linguagem tem mais vergonha na cara

Estavam Catacrese e Anáfora conversando nas linhas de um texto que certo cronista escrevia à moda antiga, num bloco de notas usando lápis número dois. Anáfora chegou perto da Catacrese. Tanto para falar mais intimamente, como para deixar espaço para o grafite do cronista que corria pela mesma linha em que as duas se equilibravam.

A incrível entrevista de Bono, da banda U2, à Revista Bula

Eu caminhava ansioso pela pista do Estádio Morumbi, tomando sereno na calva e aquelas gotinhas homeopáticas para expandir os pulmões, enquanto Noel Gallagher, ex-integrante do Oasis, juntamente com seus High Flying Birds, surravam o pau, ou melhor, os instrumentos, aquecendo a plateia que já lotava o estádio. Sei que vocês não vão acreditar, mas, mesmo assim, vou lhes contar como cruzei com o líder e vocalista do U2.