Crônicas

A deliciosa sensação de estar sozinho e sentir-se verdadeiramente feliz

A deliciosa sensação de estar sozinho e sentir-se verdadeiramente feliz

Enquanto enchia minha farta taça de vinho pela segunda vez, já com os dentes e lábios roxos, dei-me conta de que a mesa a que me sentava estava vazia, exceto por mim. Na cozinha também havia ninguém, assim como em todo o apartamento. Sequer música se podia ouvir. Eu estava só e engolida pelo silêncio. Por um segundo, incomodou-me um pouco que a ideia de que alguém, vendo aquilo, pudesse concluir ser um momento de solidão abandonada.

Se vai pular o carnaval, não leia este texto

Se vai pular o carnaval, não leia este texto

À parte da embriaguez nauseante, do vapor fumegante da ureia nos becos, da trilha sonora de gosto discutível, das mãos bobas bancando as espertas, o que mais me surpreende nessa folia com doses cavalares é o exagero, a extravagância, o desligamento automático e massivo das massas cinzentas durante os quatro dias de feriadão (no mínimo), como se o país já fosse uma nação.

Que tiro foi esse

Que tiro foi esse

Foi um carnaval estranho. Eu fui convidado para pular numa cidadezinha do Meio Norte por uma garota que conheci em Londres, quando estudava idiomas. Nunca ia imaginar que o pai da moça era deputado, muito menos que a localidade fosse tão rústica.