Crônicas

Aquele tipo de sujeira que não sai com água e sabão

Aquele tipo de sujeira que não sai com água e sabão

Depois de tanto sofrimento, o dia nasceu feliz. Em maior ou menor grau, seria capaz de bancar que grande parte das pessoas que se posicionaram politicamente nas mais variadas redes sociais, principalmente aquele pessoal rotulado como “de esquerda” ou “esquerdopata”, sofreu ataques verbais e, até mesmo, ameaças de agressões físicas e de morte.

Depois das eleições a gente se ama

Depois das eleições a gente se ama

Ultimamente, passaram a se sentir um tanto deslocados naquele condomínio de bacanas. Se procurassem direito, talvez, quem sabe, encontrariam algum gato pingado que compartilhasse a mesma visão de mundo e que votasse alinhado com eles. Eram um casal burguês com coração proletário. Pensaram em se mudar para uma casa mais modesta, noutro bairro menos elitizado, mas, concluíram que o estigma de serem bem-sucedidos financeiramente não era motivo para constrangimento.

Grupo do zap

Grupo do zap

A mensagem diária de bom dia aparece acompanhada de uma imagem colorida: pode-se ver o mar e o horizonte, o sol surgindo. Um dos administradores cumprimenta a todos no grupo, mas sem imagem. É respondido por outro administrador, rico empresário. Em seguida, o jovem, chamado pelos demais de Jornalista, surge com seus Informes do dia. Letras em negrito e carinhas e mãozinhas e coisas do tipo, chamam a atenção dos leitores idosos, ali maioria, e ilustram a longa mensagem.

Ninguém tem culpa por amar desse tanto

Ninguém tem culpa por amar desse tanto

Viver é resistência. Quando ele se foi, eu já era um sujeito adulto. Restou claro para mim que ele decidiu desviver à revelia. Foi fraquejando. Foi definhando. Foi se imiscuindo em definhar. Foi amiudando os músculos e apagando as faíscas das sinapses, até perder a conexão com os instantes e lhe faltar voz suficiente para solicitar o obséquio de sucumbir em domicílio, no quarto de sempre, no quieto de antes, quando ainda era vivaz.

Funcional era só o loft

Funcional era só o loft

Assim encerrei, no meu texto anterior, “Corro Jardins”, a primeira parte da crônica das minhas ilusões e desilusões amorosas. Onde parei? Ah, sim, eu estava cursando Direito e mal notara que R. fora invadindo a minha vida, derrubando muralhas e ocupando torreões. Longos anos passei com R.; o futuro traria, assim pensávamos, casamento e filhos, mas sinto hoje que já àquela época eu e ela víamos que havia alguma engrenagem que não funcionava bem no nosso relacionamento.