Crônicas

Depois das eleições a gente se ama

Depois das eleições a gente se ama

Ultimamente, passaram a se sentir um tanto deslocados naquele condomínio de bacanas. Se procurassem direito, talvez, quem sabe, encontrariam algum gato pingado que compartilhasse a mesma visão de mundo e que votasse alinhado com eles. Eram um casal burguês com coração proletário. Pensaram em se mudar para uma casa mais modesta, noutro bairro menos elitizado, mas, concluíram que o estigma de serem bem-sucedidos financeiramente não era motivo para constrangimento.

Grupo do zap

Grupo do zap

A mensagem diária de bom dia aparece acompanhada de uma imagem colorida: pode-se ver o mar e o horizonte, o sol surgindo. Um dos administradores cumprimenta a todos no grupo, mas sem imagem. É respondido por outro administrador, rico empresário. Em seguida, o jovem, chamado pelos demais de Jornalista, surge com seus Informes do dia. Letras em negrito e carinhas e mãozinhas e coisas do tipo, chamam a atenção dos leitores idosos, ali maioria, e ilustram a longa mensagem.

Ninguém tem culpa por amar desse tanto

Ninguém tem culpa por amar desse tanto

Viver é resistência. Quando ele se foi, eu já era um sujeito adulto. Restou claro para mim que ele decidiu desviver à revelia. Foi fraquejando. Foi definhando. Foi se imiscuindo em definhar. Foi amiudando os músculos e apagando as faíscas das sinapses, até perder a conexão com os instantes e lhe faltar voz suficiente para solicitar o obséquio de sucumbir em domicílio, no quarto de sempre, no quieto de antes, quando ainda era vivaz.

Funcional era só o loft

Funcional era só o loft

Assim encerrei, no meu texto anterior, “Corro Jardins”, a primeira parte da crônica das minhas ilusões e desilusões amorosas. Onde parei? Ah, sim, eu estava cursando Direito e mal notara que R. fora invadindo a minha vida, derrubando muralhas e ocupando torreões. Longos anos passei com R.; o futuro traria, assim pensávamos, casamento e filhos, mas sinto hoje que já àquela época eu e ela víamos que havia alguma engrenagem que não funcionava bem no nosso relacionamento.

A inenarrável peleja entre Chaplin (Lula) e Garrincha (Bolsonaro)

A inenarrável peleja entre Chaplin (Lula) e Garrincha (Bolsonaro)

Confesso que fui obrigado a concordar com o mestre João do Rio, quando acompanhava o debate entre os presidenciáveis Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL). Confesso que fui dormir antes do término do festival de impropérios, que permeou o diálogo truncado, fato este que me remetera às partidas de futebol do meu Vasco da Gama, na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.