Crônicas

Era uma vez o amor

Era uma vez o amor

Era uma vez o amor, de norte a sul, de leste a oeste. Fosse num reino distante, fosse na tabacaria do outro lado da rua, de que falou Fernando Pessoa, um sentimento indomável danou a juntar pessoas em casais, duplas, triângulos amorosos e outros arranjos geométricos difíceis de se explicar e, muitas vezes, confidenciais.

A vida toda é saudade. Um filme sem direito a replay

A vida toda é saudade. Um filme sem direito a replay

Eu tentei estacionar minutos por tantas vezes. E segui batendo com a cara no muro. A vida insistia em tirar onda com minha pretensão infantil de querer romper com a rota natural das coisas. Sempre que tentava burlar o inevitável fluxo que nos obriga a olhar para frente, a realidade se apresentava como uma avalanche impiedosa, mas necessária. De um lado eu batalhava para eternizar felicidade em porta-retratos estáticos, de outro o mundo era filme sem direito a replay.

Aquele livro que você tentou ler, mas, desistiu, porque não entendeu ou não teve saco para continuar lendo

Aquele livro que você tentou ler, mas, desistiu, porque não entendeu ou não teve saco para continuar lendo

Com o apoio da Revista Bula, questionamos os leitores se já tinham passado pelo desgosto de abandonar um clássico, fosse por falta de paciência, fosse por excesso de tédio, fosse porque não tinham entendido patavina nenhuma da narrativa. Não senti o menor constrangimento. Admitir é melhor do que mentir. A compilação dos comentários rendeu uma espécie de lista negra dos clássicos da literatura mais intragáveis de todos os tempos.

A esperança num futuro melhor é fuzilada todo santo dia,  mas, ela nunca morre

A esperança num futuro melhor é fuzilada todo santo dia, mas, ela nunca morre

Não conheço Marielle Franco. Nunca tinha ouvido falar da vereadora que foi emboscada e morta a tiros no Rio de Janeiro. Peço desculpas por isso. Preciso me desculpar por tantas coisas, que nem sei por onde começar. Talvez, devesse tentar um mea-culpa. Eu carecia regar com mais cuidado o amor no vaso profundo do meu peito, mas, não tenho feito isso. Sou um negligente contumaz e confesso. Tenho permitido que a poesia morra em mim, em face à iniquidade dos fatos, à míngua e sem reação.

Sei que sentirei saudade, mas preciso dizer adeus

Sei que sentirei saudade, mas preciso dizer adeus

Sabemos que a tecnologia tornou possível amenizar a ausência. Vemos as crianças crescerem através dos vídeos e fotografias e aproximamos as distâncias com áudios e mensagens de texto. Porém, não existe nada tecnológico que substitua as brincadeiras na piscina, o bolo de chocolate feito a quatro mãos, o tilintar das taças que brindam juntas e o carinho delicado sentido na pele.