Crônicas

Anotai as metas para o ano novo nas pétalas de uma rosa

Anotai as metas para o ano novo nas pétalas de uma rosa

Reza assim o meu canteiro, ainda a ser cultivado — se tudo correr bem, será por mim beatificado: Metas para o ano que se inicia. Salvar um leão por dia. Matar a saudade com requintes de humanismo. Nadar, nadar, nadar e renascer numa praia, como um homem livre. Ler um livro de poesia por mês. Entregar amor no atacado. Comer o pão que a vovó amassou. Afundar uma nova igreja, com as bênçãos de Deus. Deificar o sol, num rompante saudosista; vê-lo nascer quadrado na janela do quarto da moça que ressona ao meu lado. Morrermos felizes para sempre, como o trema

Feliz natal, estranho

Feliz natal, estranho

Doutor Elias era um médico popular viciado em livros de romance e em emergências. Certa feita, durante um plantão no dia de Natal, caminhava pelo corredor apinhado de gente quando parou para conferir mais uma vez a respiração de um grandalhão que aguardava a sua vez para fazer radiografias. Ossos quebrados, sabem como é. Enquanto checava o moribundo embriagado que dormitava, a despeito da leva de costelas partidas, foi interceptado por uma criança que puxou o seu jaleco pela parte detrás.

Receita poética para se descobrir o Amor de Ano Novo

Receita poética para se descobrir o Amor de Ano Novo

Para tal descoberta mágica e lúdica do Amor de Ano Novo, recomendar-se-á ao Leitor(a) que providencie os elementos primordiais da convivência cordial, para conjugação dos espíritos geminados, plenos de pujança de saúde e probabilidade de realizações múltiplas de ordem sentimental. Destarte, eis o inventário das matérias-primas a ser adquirido pelo público leitor desta crônica de réveillon, mal-assinada por um romântico convicto e incurável, mui adepto da arte de Eros, Vênus, Santo Antônio, Cupido e Afrodite.

A copa acabou mesmo Foto / Asatur Yesayants

A copa acabou mesmo

Antes da Copa começar, andou rolando na internet um modelo matemático, desenvolvido pelos cientistas da Universidade de Oxford, que todo mundo levou a sério. O principal motivo era que os fodões ingleses das matemáticas davam o Brasil como campeão, fazendo a final contra a Bélgica. A conta deu muito errado e nem o Brasil nem a Bélgica chegaram perto da final.