Eu podia estar roubando, mas, estou apenas escrevendo poesia
Mastigo tão poucas vezes. Engulo os alimentos tão precipitadamente. Na autoridade dos seus 85 anos, mamãe, que anda devagar porque já andou depressa, pergunta que pressa é essa, meu filho. Ela adora ouvir Almir Sater. Amo a sua frágil meiguice. Tem Rivotril de sobra no colo dela, dentre outras redundâncias de bem-querer. Nunca me disse com a boca, filho eu te amo. Nem precisava. Calado, leio o que os vincos da sua pele apergaminhada têm a dizer.