Crônicas

Dance comigo até o fim do amor

Dance comigo até o fim do amor

O tumor na laringe de Anthem tinha deixado o timbre da sua voz parecidíssimo com o de Leonard Cohen. Então, começou a fazer apresentações cover do cantor canadense, cantando canções de amor e ódio que tratavam de problemas populares, num pub mal frequentado do setor portuário.

Sorria, digite kkk

Sorria, digite kkk

Hoje, ficou mais fácil sorrir. Basta escrever (ou melhor, digitar) 3 Ks e estarei sorrindo. Sorrio com a ponta dos dedos na maior facilidade. Se eu quiser sorrir efusivamente, gargalhar mesmo, também é supertranquilo: basta aumentar o número de Ks digitados e pronto: estarei dando aquela famosa gaitada.

Copacabana, meu amor

Copacabana, meu amor

Não se mede o tempo em Copacabana. Sem os arcos atemporais da Lapa, Copa nunca dorme: menos negra do que já fora, tem um acinzentado peculiar, uma brancura falida dos outrora glamurosos no bairro mais idoso da América Latina; a brancura dos turistas com algum dinheiro e sanha por libertinagem sem humildade, cheia de paixão e curiosa pela morte.

Cristofóbicos unidos

Cristofóbicos unidos

Subia a Voluntários da Pátria a contragosto, a meio quilômetro por hora, num esforço sobre-humano, quase canino, para não sofrer um colapso. Uma bunda patriótica que me servia como guia, instigava-me a correr ladeira acima e já tinha dobrado a esquina fazia um século. Era uma bunda alegre, firme e altruísta.