Crônicas

Parecia que o coração de todos tinha endurecido

Parecia que o coração de todos tinha endurecido

Para já os teus olhos por aqui. Não tenho nada de consistente para te contar. Aliás, por amor, nunca mais me convides para as tuas lives. Devo parecer repetitivo. A morte continua misteriosa e, cada vez mais, irritante. Vi uma chuva de corpos cair sobre o Aeroporto de Cabul. No início, pensei que fossem apenas mais algumas daquelas bombas de alto poder destrutivo despejadas pelos militares norte-americanos.

Gabinete do amor

Gabinete do amor

Notícia boa se criava. Nos últimos tempos, prestava-me a certos monoelismos. De me pegar escrevendo poesia. De cogitar brincadeiras com os barros da minha meninice. De encardir a roupa com terra. De tomar ralhos da chuva. De escutar de novo a minha jovem mãe gritando pela janela sai-da-chuva-menino-que-você-vai-se-gripar. Nunca mais me gripei por inocência.

Sentimentos gerados pela visita a cemitérios

Sentimentos gerados pela visita a cemitérios

Por duas vezes, fiz algo aparentemente estranho: visitar cemitérios onde estão enterradas pessoas que admiro. Ainda bem que não estou sozinho nesse costume. Saiu agora no Brasil a coletânea de ensaios “Campo Santo”, do alemão W.G. Sebald, morto num acidente de carro em 2001. Ele relata na abertura do livro a ida ao cemitério da Ilha da Córsega, terra de Napoleão Bonaparte — nas próximas semanas, falarei mais sobre esse autor imperdível.

Máscaras, maçadas, marotices e mandingas

Máscaras, maçadas, marotices e mandingas

Diante da importância crucial das máscaras na proteção individual e, principalmente, coletiva, as prefeituras emitiram decretos tornando seu uso obrigatório nos espaços públicos. Aí começavam as maçadas (chateações). Com exceção dos trabalhadores da saúde, a maioria das pessoas não estava acostumada a suportar aquele troço tapando a boca e o nariz o tempo todo.

Voltando às origens

Voltando às origens

Fui criada numa família de mulheres noveleiras. Minha avó materna aprendeu a mexer no bicho papão do vídeo cassete só para poder gravar as novelas preferidas e não perder nenhum capítulo. Durante anos fui consumidora de novelas da Globo, mas depois de “Avenida Brasil” — que foi aquele escândalo de novela — nenhuma outra me pegou. Praticamente parei de assistir a rede Globo. Troquei pelo streaming.