Crônicas

Três vezes Woody

Nos últimos dias fui perseguido por fantasmas dos filmes de Woody por três vezes. Na primeira delas, eu praticava meu atual esporte predileto — criticar a imprensa — num restaurante em Brasília. Éramos dois médicos e uma psicóloga “contra” um jornalista, professor da PUC Campinas. O placar estava folgado a nosso favor, quando ele, acuado, sacou da cartola, Marshall MacLuhan. Na hora me lembrei da maravilhosa cena do excepcional Annie Hall, em que um cidadão emite suas opiniões sobre Fellini em voz alta na fila do cinema. Alvy Singer (Woody) se irrita e reclama, daí o sujeito saca Marshall MacLuhan.

A fofoca é tão gostosa quanto o espirro

A fofoca é tão gostosa quanto o espirro

Vai dizer que não. Fofoca é mania de gente miúda, comezinha, medíocre. Cabeças vazias de pensamentos e ideias. Comportamentos lobotomizados. Fala automática, robotizada. Olhar fosco de tamanha ausência de vida e assuntos. Quer mais definições? A fofoca tem olhos compridos, dentes nos olhos, ainda por cima. Olhares oblíquos e dissimulados. E os sorrisos decorrentes dela? Transversos, tortos, maledicentes. Gotas de azinhavre escorrendo da comissura labial direita. O disse-me-disse deriva da inveja.

100 desculpas ou mentiras triviais

100 desculpas ou mentiras triviais

Não há na rotina das pessoas algo mais presente e verdadeiro do que as pequenas mentiras em forma de desculpas. Ou as grandes desculpas em forma de pequenas mentiras.  Se alguém se metesse a dizer a verdade, nada mais que a verdade, em todas as circunstâncias da vida, é 100% certo de que não teria a menor chance de sobrevida. A mentira é o azeite que faz a engrenagem social deslizar com o menor atrito possível. E para você sobreviver bem, aí vão 100 sugestões de mentiras e desculpas.