Crônicas

Eu vou criar polêmicas porque hoje é sábado

Eu vou criar polêmicas porque hoje é sábado

Se chover, eu vou tomar um banho, porque hoje é sábado. Todos os dias, antes de sair e surtar, eu leio um poema do Vinícius. Poeta, meu poeta camarada, por que o ontem, o hoje e o amanhã não podem ser vividos como se sábado fossem? É apenas segunda-feira, e o mau humor é sorvido com torradas no desjejum silente, mesmo assim, eu já vejo nuvens em forma de bundas. Por que será que hoje tá com cara de sábado, querida?

Cuidado. Aquele que lhe puxa o saco quer mesmo é puxar-lhe o tapete

Cuidado. Aquele que lhe puxa o saco quer mesmo é puxar-lhe o tapete

Incapaz de um raciocínio mais complexo que contar os minutos para a hora da próxima refeição, ele nem desconfia de que pertence a uma espécie ordinária, a mais danosa entre todas as pragas que hoje assolam o mundo, mais daninha que o gafanhoto, a traça, o cupim, o spam ou as duplas sertanejas. Nem imagina o quanto encarna fielmente o clássico bajulador. Ele mesmo, o bom e velho puxa-saco. Acredite. Essa racinha miserável não tem mãe. Nasce em casulos pendurados nas protuberâncias que ficam na região pélvica de artistas, celebridades, endinheirados de alguma classe, políticos de qualquer cargo e chefes de toda sorte.

Todo charme, simpatia e burrice da mulher brasileira

Todo charme, simpatia e burrice da mulher brasileira

Eu tô cansado de saber que os leitores, em sua maioria, não gostam nem um pouquinho de ler os meus textos, quando eles (os textos) são tristes ou violentos. Filme triste, novela violenta, ainda vá lá, mas, crônica-drama ninguém merece. Não tenho boas notícias, amigos. Esta crônica não somente é triste, mas, violenta também. Os olhos incomodados que se retirem. Sem ressentimentos, cambada. Para amenizar a agonia daqueles que continuarem comigo pelas linhas seguintes, hei de me esmerar no sarcasmo e na fina ironia, para não ser tão grosseiro quanto pareço desde o título.

Tem mãe que não presta nem quando vai  parir

Tem mãe que não presta nem quando vai parir

Tem mãe que não presta para ser mulher. Muito menos serve para existir sobre a face desta cambaleante terra. Mas, você sabe, existem as tais das convenções civilizatórias que teimam, num ato reflexo, em colocar na redoma, incensar como deusa, aquela nobre e pretensamente santa criatura que nos deu à luz. Ok, é fato que muitos de nós logo advertiremos termos sido aquinhoados pelas melhores mães do mundo. Importa então esclarecer — ninguém está aqui imbuído do papel de discutir tais afirmações, nem tampouco retrucar tal veemência nesta assertividade.

A vida e sua sequência lógica e louca de um dia depois do outro

A vida e sua sequência lógica e louca de um dia depois do outro

Noite dessas, uma passeata de pensamentos, aflições, pesares e culpas congestionou o fluxo tranquilo de seus sonhos. Inquietos e cheios de porquês, os manifestantes invadiram a avenida tranquila por onde caminha o homem sozinho quando dorme, olhando a nostalgia breve das vitrines que permanecem acesas em lojas fechadas, e fizeram barulho. Empunhando cartazes e entoando refrãos, clichês, gritos de guerra, espantaram-lhe o sono.