Crônicas

Crescer faz mal à saúde dos sonhos

Crescer faz mal à saúde dos sonhos

Você se lembra que pretendia mudar o mundo, mas, o máximo que conseguiu foi mudar de endereço e de analista? Você se lembra que tinha certeza absoluta que no final tudo daria certo, mas percebe que atualmente tem algo de muito errado na ordem do dia, quando um punhado de gente acredita que sempre haverá algum espaço para as coisas piorarem mais um pouquinho? Você, por outro lado, se lembra também que naquela época toda criança tinha salvo conduto para sonhar o quanto quisesse, ainda que o sonho fosse muito esdrúxulo, do tipo “voar que nem passarinho”?

A felicidade é uma mulher pequenina que dorme no quarto ao lado

A felicidade é uma mulher pequenina que dorme no quarto ao lado

Um dia, no ponto de ônibus, na correspondência, na caixa de mensagens, a felicidade aparece. Vai caminhando ao seu lado enquanto conta da viagem, do tempo, dos lugares onde estivera. Você leva as malas dela até o carro, abre-lhe a porta e ela pega a estrada em sua companhia. Depois ela entra em sua casa e olha suas fotos, dança sobre o tapete da sala, bebe cerveja com a sede de um estivador e canta com a graça de um anjo no dia de seu aniversário.

Deus não nos salvará; mas morrerá conosco

Segundo a hipótese mais aceita nos meios científicos, a vida teria surgido há cerca de 3,5 bilhões de anos, possivelmente em algum lugar da Terra. Ou mesmo em algum planeta de um sistema próximo (em termos cosmológicos) e pode ter vindo parar aqui na garupa de estilhaços retirados de algum corpo celeste por cataclismos de dimensões interestelares. Deduz-se que a vida começou em um ambiente singular, cujas características o Homo sapiens ainda não logrou reconstituir e entabular uns serezinhos animados para concorrer aos já existentes.

Que tal um rolezinho na biblioteca?

Que tal um rolezinho na biblioteca?

Não sei a quantas andam as coisas aí na sua cidade, mas, por aqui, meu chapa, os filmes do Quentin Tarantino até pareceriam lorotas da Galinha Pintadinha: neguinho tá pitando crack, bordando e matando só pra ver o tombo. Nos dizeres dos malas, tá tudo dominado. Antes que os chatos de plantão me acusem de branquelo preconceituoso por eu ter utilizado o termo “neguinho” no sentido pejorativo, aviso logo que não sou segurança de shopping center pra ficar apartando gente de acordo com o grau de melanina na carcaça, não.