Crônicas

Literatura de merda

Literatura de merda

Será preciso muita paciência para ler. As coisas fogem um pouco do controle depois que se enche a lata de álcool. Não estávamos exatamente bêbados, mas, certamente, embriagados de felicidade. Ainda estávamos ali, sãos e salvos; mais salvos do que sãos, é bem verdade. Gozávamos de uma loucura controlada. Refletíamos sobre o terrível período de isolamento social compulsório.

Jesus está voltando. E ele vem armado

Jesus está voltando. E ele vem armado

Podia ter sido uma gripezinha, só uma gripezinha presidencial de quem possuía um passado de canalha. Podia ter sido um osso vital fraturado por descuido das mãos pesadas de um quiropraxista. Em determinadas circunstâncias, os ossos de um sujeito ficavam bambos. O azar do Alex pode ter sido justamente este: possuir ossos fracos num território macabro dominado pela injustiça e pela desigualdade social.

Cada dia é uma mentira

Cada dia é uma mentira

Cada dia é uma mentira. Elvis está voltando. Paul McCartney está morto. Jesus está trepado numa goiabeira, comendo a humanidade pelos olhos. Me liga. Amanhã a gente se vê. Ou não. Pode ser. Tomara que sim. Tomara que não. Passe lá em casa, mas, não leve aquele seu papinho furado sobre a Terra ser plana. O plano é fugirmos desse lodaçal de orgulho pela própria ignorância.

Genocida é a mãe

Genocida é a mãe

Matei. Matei um passarinho. Agora mesmo, matei um maldito passarinho com a droga do meu carro. Pensei que voaria, no último instante, no limiar da aproximação e da frenagem. Não voou o bichinho, coitado. Acho que era um canário. Sim. Era um canário-da-terra, espécie das mais comuns aqui no cerrado. Um ingênuo canarinho com penas verde-amarelas como a bandeira. Odeio patriotas terrivelmente mefistofélicos.