Crônicas

Suruba e carnificina na longa fila das refugiadas

Suruba e carnificina na longa fila das refugiadas

Por trás das estratégias de guerra prevalecia um front de insensíveis composto por boçais autoritários e por impotentes sexuais que não se assumiam como fracassados. O amor era apenas mais um daqueles sentimentos caros que tinham fugido do coração dos homens para destinos absolutamente desconhecidos.

Não me chame de Meu Anjo

Não me chame de Meu Anjo

Não tenho vocação para anjo. Nunca tive e provavelmente nunca terei. Não tenho asas, não toco trombetas e sou totalmente contra qualquer tipo de armas — incluindo flechas. Quando me aventuro a ofertar conselhos, esses não têm nada de religiosos.

Não confie em pessoas que tratam mal o garçom

Não confie em pessoas que tratam mal o garçom

O projétil atingiu o cadeirante no peito, trespassou pelo estreito espaço entre duas costelas do gradil costal, raspou a trave da aorta, tirou tinta do coração, saiu por uma brecha mole no dorso deixando uma loca onde bem caberia uma mão, ricocheteou na máscara-de-ferro de um cliente russo cuja face tinha sido devorada por um urso em Kiev durante a ocupação da Ucrânia e acabou acertando em cheio na minha testa, no justo instante em que eu estava prestes a terminar este texto.

Não insista: o bem não vence no final

Não insista: o bem não vence no final

A guerra começa. A guerra começa desde sempre. Desde que o homem perde a cauda e passa a se locomover sobre duas pernas. A evolução da espécie não compensa o enredo. A guerra começa desde cedo, antes mesmo de eu nascer, desde que eu nasci, justamente porque nasci e porque deixei de ser um menino. Maturidade é ruína.