Crônicas

‘Eu não tenho medo de morrer, tenho pena’

‘Eu não tenho medo de morrer, tenho pena’

Cada um guarda em si um misterioso compilado de experiências, verdades, sentimentos e idiossincrasias. Somos únicos e certamente nos banhamos em águas singulares ao longo da vida. No entanto, um cordão umbilical nos liga por duas certezas: a morte e as escolhas. Talvez seja esse o motivo pelo qual os pensamentos finais encontrem pontos assustadoramente comuns.

Atingi a impressionante marca de 1 milhão de amigos e ninguém pra acender a porcaria do cigarro

Atingi a impressionante marca de 1 milhão de amigos e ninguém pra acender a porcaria do cigarro

Atingi a impressionante marca de 1 milhão de amigos e ninguém pra acender a porcaria do cigarro. Força de expressão. Eu não fumava. Eu não metia há meses. E mais: não permitiam que se fumasse ou que se metesse dentro de hospitais, a não ser a raça médica e o selecionadíssimo corpo de enfermagem cujo índice de rejeição entre os molambos da ala masculina beirava zero.

Esqueça todas as fórmulas que não deram certo. O amor vem de dentro pra fora e não de fora pra dentro

Duas solidões se encontraram num desses acasos da vida. Uma esquina qualquer, o caminho de sempre na volta cansada de um dia de trabalho monótono. O ritmo monocórdio que ecoa nas rádios da avenida. Livros e sacolas de feira, papéis timbrados, papéis de bala. A velha certeza de que o amor é para os outros, menos pra você, acabou despencando no chão e rolando ladeira abaixo. Reconheceu instantaneamente naqueles olhos o lugar aonde queria estar. E ficar. E não ter que ir embora.

Seja quem você é e não o que os outros esperam que você seja

Seja quem você é e não o que os outros esperam que você seja

Despedidas surgem sem aviso prévio. Corações são partidos. Por aí, muita gente fica sozinha. A solidão é uma coruja que surge na noite escura. Ela repousa na janela de nosso sono e fica ali, à espreita. Enquanto dormimos, a ave soturna vigia nossos sonhos. Muitas pessoas ficam sós, e assim pretendem ficar, por opção consciente e resoluta. Porém, há almas solitárias que voam por estrelas perdidas, à procura de outra alma também sedenta de amor.