Livro cúmplice
O livro é cúmplice quando revela o que ninguém sabe. A narrativa nos empolga porque, acreditamos, somos testemunhas de segredos só a nós revelados. É como um tesouro escondido, do qual possuímos a exclusividade do mapa. O autor dormia em seu anonimato de papel antigo até que fôssemos lá abrir uma fresta na sua solidão e degredo. Levamos esse tipo de livro de maneira disfarçada, misturado a coisas comuns, como uma revista ou um impresso qualquer. Se formos flagrados, sacudimos os ombros e pegamos a brochura na ponta dos dedos, com desdém.