Crônicas

O anestesista que não amava as mulheres

O anestesista que não amava as mulheres

Gostava mais do cheiro do povo do que dos cavalos. Tinha nascido durante os escabrosos anos da ditadura militar, numa época em que um velhote afetado chamado João Baptista presidia o país e fazia uma espécie de elo indigesto, uma transição forçada pela volta da democracia, em conluio compulsório com os homens de espírito progressista que pelejavam pela liberdade.

Conselhos de um passado recente

Conselhos de um passado recente

Quem fala contigo sou eu, seu Passado. Falo diretamente de um 31 de dezembro, aquele portal entre os anos. O ano não importa. Isso é meu agora, é passado. Sou a soma das experiências que te fará ser quem será no Futuro. Espero com sinceridade que tudo isso que passamos tenha lhe feito melhor que é agora; pois assim como o tempo não para e corre somente em uma direção, para frente, você também deve seguir.

A longa carta de desculpas

A longa carta de desculpas

Uma indiana escreveu uma carta para seu irmão. Até aí, tudo bem. Ou não. Quem hoje escreve cartas? Mas não foi qualquer carta. Foi um verdadeiro livro de 434 metros — alô Guinness Book. A notícia diz que o irmão teria ficado chateado por não ter recebido feliz dia dos irmãos da irmã, a emissária da missiva. Em busca de sanar o problema, a inspirada mulher resolveu relatar na longa epístola a trajetória dos dois e certamente aproveitou para se desculpar.

O teu corpo é um continente inexplorado

O teu corpo é um continente inexplorado

No ponto alto da invasão consentida, sob chávenas de hábeis artifícios, guiado pelas fagulhas dos fogos de armistício, alucinado com os vapores exalados pelas ferozes gônadas de feromônios, ele cruzou a tênue fronteira entre o real e o fantasioso para cravar o mastro fumegante no ponto mais alto e protuberante do Monte Pubiano. Uma discípula de Vênus tinha acabado de tombar, viva, lívida e candente.

Deus me livre de mim!

Deus me livre de mim!

A razão é um atributo do Homo sapiens, uma especificação de fábrica que nos distingue da fauna geral. A razão nos leva a certas práticas que são tipicamente humanas, tais como a cultura, o desenvolvimento do conhecimento e sua acumulação, a reflexão sobre as próprias atitudes e aprender com os erros próprios e dos outros, principalmente a melhoria da condição de vida por meio da capacidade empreendedora.