Crônicas

A criança de ontem ainda se manifesta. Você decide se ela brinca ou tem medo de escuro

A criança de ontem ainda se manifesta. Você decide se ela brinca ou tem medo de escuro

Às vezes me vejo tentada a tirar dos ombros o peso das responsabilidades e ir correndo para o quarto abraçar o travesseiro. A gente resgata do passado o conforto que existia na infância, a possibilidade de curar com Merthiolate e colo de mãe as quedas e feridas. Mas é preciso abrir os olhos, encarar as perdas, vulnerabilidades e obstáculos. É necessário lavar o rosto, tirar a pantufa do Bob Esponja e pagar os boletos. Recordo-me com saudosismo do dia em que conseguir dominar a bicicleta cor-de-rosa era o problema do ano. Por outro lado, é prazeroso e reconfortante ver agora em mim o reflexo da criança que fui e das alegrias e percalços que deram o tom da trajetória até aqui.

Toda mulher tem um pouco de Bridget Jones

Toda mulher tem um pouco de Bridget Jones

Bridget Jones vivia em conflito com a balança porque nunca estava satisfeita com o seu peso. Era independente financeiramente, mas ainda não tinha encontrado a sua independência emocional. Possuía baixa autoestima quando o assunto era relacionamento. Mas, apesar de cada confusão em que se metia, ela não perdia o seu bom humor. Foi essa personagem que conquistou o coração de tantas mulheres da minha geração, por nos mostrar que o mundo estava cheio de Bridgets.

Outubro rosa respingado de sangue

Outubro rosa respingado de sangue

Quem mata mais mulheres no Brasil: o câncer de mama ou os homens? Isso não é um conto de fadas. Era uma vez, nos primórdios da Era Cristã, na região da Sicília, Itália, uma jovem linda e recatada (seria ela do lar?) chamada Agatha foi condenada pelo imperador Décio (perseguidor contumaz de cristãos) a ser torturada até a morte. Por questões de ordem passional e religiosa, o déspota ordenou aos guardas que a despissem, arrastassem-na sobre cacos de cerâmica e brasa viva, e mutilassem as suas tetas, arrancando-as com o adjutório de alicates e outros instrumentos perfuro-cortantes disponíveis para o recreio da tortura.

O trabalho dignifica o homem. O lazer dignifica a vida

O trabalho dignifica o homem. O lazer dignifica a vida

“Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida.” A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas.