Crônicas

A incrível história do homem que fez amor com uma árvore

A incrível história do homem que fez amor com uma árvore

Já tinha ouvido falar de pessoas que conversavam com árvores, de outros que se enforcavam nelas, mas, aquilo era diferente, surreal. Mais um louco dentre tantos a vagarem por aí? Eu não conhecia o sujeito. Também não saberia lhes dizer que espécie de árvore era aquela. Sempre fui uma criatura urbanoide, um ser humano criado em cativeiro, ou melhor, em apartamento, que até os quinze anos só conhecia vaca pelas fotos de catálogo dos açougue e tinha aprendido a gatinhar no asfalto escaldante das metrópoles.

Os cérebros estão ocos. A empatia foi pro saco. A tolerância virou algo descartável

Os cérebros estão ocos. A empatia foi pro saco. A tolerância virou algo descartável

Não sei dimensionar dor, categorizar discussões como quem coloca etiqueta em potes de plástico. Não sei se grafite é arte, se comprar cachorro é monstruosidade, se fui mais lesada pela direita ou pela esquerda. Se não há consenso sequer sobre se o vestido é azul e preto ou branco e dourado, como esperar um olhar linear sobre todas as subjetividades que nos cercam? Mas é preciso um pouco de disponibilidade em compreender as pessoas e toda a carga de vida que as acompanha. Enquanto insistirmos em pisotear aqueles que fogem dos padrões que sacramentamos como corretos, perdemos humanidade.

Ridículo mesmo não é ter asas, é o medo de parecer ridículo aos olhos de quem não sabe voar

Ridículo mesmo não é ter asas, é o medo de parecer ridículo aos olhos de quem não sabe voar

Ser humano adora um dilema existencial. Desde que se meteu a filosofar, descobriu não saber muito bem quem é, de onde vem, aonde vai nem o que quer. Anda em bando para garantir a sobrevivência e se sentir identificado, mas não aceita a ideia de ser igual a todo mundo. Procura exclusividade, mas não ao ponto de se tornar ridículo. Quer ser único, mas apenas até se tornar interessante.

Viver é mais do que ter dinheiro

Viver é mais do que ter dinheiro

Muita gente demora a entender que nós precisamos de dinheiro, mas necessitamos, também, de bons momentos. Alguns nunca chegam a assimilar isso. Meu pai se foi acreditando que a pessoas se aproximavam dele pelo que ele tinha, e se afastavam pelo que ele deixou de ter. Uma pena que eu não tive tempo de lhe dizer que o melhor da vida não se compra.