Crônicas

Reféns do nosso comodismo, viciamos em prazeres rasos

Reféns do nosso comodismo, viciamos em prazeres rasos

Reféns da indisposição de pisar em terrenos distintos dos que nos parecem seguros, reduzimos a vida a um apanhado de situações previsíveis. É como se estivéssemos viciados no conforto que edredons, Netflix e individualismo proporcionam. Dá preguiça de correr 10 km para fortalecer o corpo e de amar mais vezes para engrandecer a alma. Ambos exigem comprometimento e entrega. Desacostumados com o que pede o mínimo de sacrifício, colecionamos prazeres rasos.

Será que o meu coração já virou pedra?

Será que o meu coração já virou pedra?

De saco cheio com a humanidade. Será que o meu coração já virou pedra? Só pode. Não o fumem, viciados! Quanto tempo perdido. Procuraram. Procuraram até encontrar a menina que estava desaparecida. Morta, aos seis. Foi num matagal, na periferia da cidade, entre latas, garrafas, cacarecos e muito lixo reciclável. Só a humanidade não muda. Farra para larvas e mosquitos. Ninguém segura a dengue. Ninguém segura a iniquidade humana. Nada me resgata do desencanto.

Amor é sonho. Casamento é despertador

Amor é sonho. Casamento é despertador

Romeu amava Julieta, que amava Romeu. Mas no meio do caminho tinha uma pedra, duas famílias em pé de guerra, um amor proibido, uma trama, um padre, um veneno, um punhal. Se existiu alguém que sabia a fórmula para eternizar o amor, esse cara era Shakespeare. Muitas histórias surgiram depois, alguns romances com final feliz e outras tantas tragédias amorosas, mas os jovens de Verona continuam sendo o arquétipo do amor juvenil. Até hoje, Romeu e Julieta esfregam em nossa cara que o amor existe, que amar é possível, e que ser feliz para sempre, bom, aí depende do ponto de vista.

Telas de celulares caros quebram facilmente. Relações edificadas em afeto, não

Telas de celulares caros quebram facilmente. Relações edificadas em afeto, não

A gente tem o direito de ter quatro tênis da Nike e ir a baladas nas quais é normal jogar champanhe caro para cima. Mas não foi no shopping nem nessas festas que encontrei o verdadeiro sentido de paz de espírito. Foi no meio do nada e, ao mesmo tempo de tudo, em uma comunidade com cavalos e lhamas, energia renovável, famílias em trajes artesanais e homens com orgulho e gratidão pelo que possuem e por serem quem são.

Como são incríveis as pessoas que não conhecemos bem

Como são incríveis as pessoas que não conhecemos bem

Como são incríveis tantas pessoas que não conhecemos bem! Como são cultas, divertidas e sofisticadas! Como sabem ponderar as palavras, contornar as peripécias e enfrentar as trampolinices do dia a dia, tirando lições de moral de cada buraco enlameado cavado pelo destino. Incrível como deslizam entre trunfos e triunfos, sempre notáveis, vestindo suas vidas apropriadas e absolutamente adequadas.