Crônicas

Pilar del Río, viúva, porém alegre

A Flip 2017 chega ao fim. Foram dezenas de mesas redondas e debates literários. Centenas de quilos de moita consumidas. Milhares de litros de cerveja entornados. Milhões de fotos e selfs com celebridades postadas. Incalculáveis tropeções no calçamento de pedregulhos. Alguns livros lidos. Uma linda festa, sem dúvida. Recapitulando esses dias, concluo que a noite de sexta-feira foi a mais memorável.

Livros para causar na Flip

Livros para causar na Flip

O ex-presidente Fernando Collor de Mello nos ensinou a importância de andar com um livro debaixo do braço para causar boa impressão. Essa verdade universal é ainda mais verdadeira na Flip. Por isso, em um trabalho de utilidade pública, a Revista Bula apresenta algumas opções de livros para causar nas badaladas ruas de pedra de Paraty.

Felicidade é achar dinheiro esquecido no bolso. O resto é alegria passageira

Felicidade é achar dinheiro esquecido no bolso. O resto é alegria passageira

Temos guardado no canto da mente um tapete vermelho que estendemos ao que nos tira do eixo. Gostamos mais do romance que nasce improvisado na fila do mercado, quando saímos de casa com o cabelo rebelde e a camiseta furada, que daquele planejado com pompa, maquiagem e expectativa alta. É tão mais gostoso o beijo sem hora marcada, o presente fora de data, a festa que surge do nada, a cereja que estava no fundo do bolo.

Lima Barreto na Barretos da literatura

Lima Barreto na Barretos da literatura

Começou a Flip. Como todos sabemos, o homenageado dessa edição é o grande escritor Lima Barreto. Para mim, um dos grandes mistérios da humanidade é o motivo de Lima Barreto nunca ter se transformado em um ícone dos movimentos por direitos civis brasileiros. Parece que esse erro histórico ameaça ser corrigido nessa Flip, uma vez que a fala de abertura foi justamente sobre isso.

Estou em Paraty e não me lembrei de você

Estamos no Esquenta para o festival literário internacional de Paraty. E quando digo Esquenta é Esquenta mesmo, com letra maiúscula. Para todos os lados que olhamos vemos gente do bem, superlegais e engajadas em projetos sociais, isso quando não são os próprios personagens dos projetos sociais. Só falta a Regina Casé. Ou nem falta, não descarto a possibilidade de que ela esteja por aqui, entrevistando algum líder comunitário, artesã de gênio ou autodidata que aprendeu a ler ao encontrar algum livro do Lima Barreto no lixão.