Crônicas

Se for amor, nenhuma distância separa

Se for amor, nenhuma distância separa

Relacionamentos a distância são complicados e exigem muito comprometimento das partes envolvidas. É como elaborar um cuidadoso contrato e confiar em sua execução, sem garantias reais, a despeito de tantos advogados do diabo a insistirem que se trata de uma ação perdida. Quem vive essa situação tem duas escolhas: ou se sucumbe ao ceticismo, ou se lança em alto-mar. Aos que escolhem tentar, a prova é árdua, mas há de trazer alguns pontos interessantes.

Pequenos atos de amor são fundamentais para tornar o mundo  um lugar melhor para se viver

Pequenos atos de amor são fundamentais para tornar o mundo um lugar melhor para se viver

Qualquer coisa serve. Qualquer coisa de mais simples já serve. Qualquer pequeno ato impagável, de alguém por outro alguém, como pagar um almoço para quem tem fome, já servirá. Qualquer mínima atitude que releve a tradicional má fama do ser humano terá valia. Recaídas de ternura; como eu, por exemplo, aqui e agora. Apagar um foco de incêndio. Acender o brilho no olhar de um ser desencantado.

Sossegue: o amor é isso mesmo que você está vendo

Sossegue: o amor é isso mesmo que você está vendo

Ocorre que o amor que dá certo traz em si a sua própria semente de destruição: acostumamo-nos com ele justamente porque as engrenagens se encaixam. O todo caleidoscópico de pequenas peças passa a fazer sentido, ficamos de certo modo anestesiados com a maquinaria em perfeito funcionamento, donde o amor, satisfeito, domado, acalentado, parece então acabar.

Reféns de nossas neuroses, nos entregamos a problemas quase sempre inventados

Reféns de nossas neuroses, nos entregamos a problemas quase sempre inventados

Adoro quando, do nada e sem nada esperar, levo uma bofetada na cara dada por alguém supostamente morto. Acontece sempre da mesma forma: estou desprotegida e inocente, quando surge um conjunto de letras que saltam das páginas e aplicam golpes milenares de artes marciais. Caio morta. Uma sacanagem, devo dizer. Essa é a definição de clássico, afinal: uma obra cujos tentáculos se estendem indefinidamente pelo espaço-tempo, sem perder sua mensagem original.