Vem ni mim, esbórnia
O carnaval não gosta de mim. E já faz muito tempo. Desde a minha meninice. Meu pai me levava, juntamente com os meus irmãos, para as matinês carnavalescas do clube dos funcionários do Banco do Brasil, que ele adorava. Ele adorava o clube, o banco; não as matinês. O desgosto pela folia, portanto, devia ser coisa de família. Meu velho sentia uma gratidão eterna por aquela instituição financeira. Algo de idolatria mesmo, de cunho quase transcendental, eu diria. Papai foi de uma época em que se remuneravam muito bem os funcionários do banco.