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Café solúvel, Ortega y Gasset e Haruki Murakami

Café solúvel, Ortega y Gasset e Haruki Murakami

Acordo pela manhã e ligo a TV. Está passando a reprise de uma reportagem sobre violência obstétrica. Sem pensar muito, mantenho essa coisa ligada. Ao som dos depoimentos das vítimas de um médico famoso, coloco um pouco de água para ferver e despejo duas colheres de café dentro de um copo americano. Quando a ebulição finalmente acontece, desligo o fogo e despejo a água sobre os grãos previamente moídos.

O Mestre de Petersburgo, de J. M. Coetzee

O Mestre de Petersburgo, de J. M. Coetzee

O livro narra um encontro imaginário entre Fiódor Dostoiévski e o radical Serguei Nietcháiev, personagem anarquista que inspirou “Os Demônios”. O ano é 1869, e a atmosfera de São Petersburgo está carregada de tensão. Recém-chegado à cidade, Dostoiévski depara-se com a morte enigmática de seu enteado, Pável. Embora a versão oficial aponte para um suicídio, a descoberta de uma lista com nomes destinados à morte no quarto do jovem levanta suspeitas de seus possíveis vínculos com círculos anarquistas.

Reuniões para marcar reuniões

Reuniões para marcar reuniões

O ser humano inventou um monte de coisas legais, outras nem tanto e algumas até ridículas, mas, sem nenhuma dúvida, uma das invenções mais estranhas do ser humano foram as reuniões, esses encontros entre pessoas que não se conhecem direito, não queriam muito se encontrar, mas que foram praticamente obrigadas a se juntar para discutir quase sempre algum assunto difícil e desagradável.

Universos Breves, de Francisca Noguerol

Universos Breves, de Francisca Noguerol

Escrever microcontos é um exercício de minimalismo. É a arte de dizer muito com pouquíssimas palavras. Mais do que isso, é contar uma história com início, meio e fim, sem abusar do número de caracteres. Por isso, o microconto emprega o conceito da elaboração de contos em sua máxima expressão. Se para Júlio Cortázar o conto deve ser como uma esfera, perfeito em todos os sentidos, o microconto seria uma metaesfera.

Não há amor e dor em Marte

Não há amor e dor em Marte

A escuridão noturna servia de palco para a quietude de um quarto, quebrada apenas pelo pulsar súbito de uma tela de telefone. Era o sinal de uma mensagem indesejada, dessas que carregam o peso do mundo em suas palavras e despertam a alma da mais profunda inércia. Nas linhas digitadas por Torquato, desdobrava-se o relato de uma tragédia inimaginável, a perda da jovem Clara, sua filha. Com corações suspensos pela dor e pela incredulidade, seguimos suas palavras.